Corpos de vítimas do atentado em Nova Iorque chegam à Argentina

Corpos de vítimas do atentado em Nova Iorque chegam à Argentina

Grupo de argentinos visitava cidade em comemoração aos 30 anos de formatura

AFP

População da cidade prestou homenagem em frente à escola politécnica onde grupo se formou

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Os caixões com os corpos de cinco vítimas do atentado em Nova York e seus parentes, assim como quatro sobreviventes do ataque, chegaram nesta segunda-feira ao aeroporto internacional de Ezeiza, Buenos Aires. Um cortejo fúnebre com proteção policial iniciou a viagem até Rosario, 300 km ao norte da capital, cidade natal e onde as vítimas serão sepultadas.

No voo também estavam os quatro sobreviventes do grupo de 10 amigos que celebrava em Manhattan o 30º aniversário de sua formatura no Politécnico, uma prestigiosa escola do ensino médio vinculada à estatal Universidade de Rosario. O membro restante do grupo ficou ferido e permanece hospitalizado em Nova York. Parentes e os quatro que escaparam ilesos do ataque de 31 de outubro embarcaram em um avião com destino à terceira maior cidade do país, onde acontecerão os velórios e funerais, de acordo com fontes aeroportuárias. "Queremos fazer uma prece: que o amor vença o ódio, que a vida se imponha à morte", afirmaram os sobreviventes em um comunicado e entrevista coletiva no consulado argentino em Nova York.

O presidente Mauricio Macri, que visita a cidade americanas, prestará homenagem aos compatriotas nesta segunda-feira no local do atentado, onde foi criado um memorial com flores e mensagens póstumas. "Vamos chorar para sempre nossos amigos. Foi o amor que nos trouxe aqui e é o amor que continuará nos unindo", afirmou Guillermo Banchini, um dos sobreviventes.

Os 10 argentinos, em sua maioria arquitetos, passeavam de bicicleta pelo sul de Manhattan quando foram atropelados por uma caminhonete dirigida pelo uzbeque Sayfullo Saipov, em um ato classificado como "terrorista" pelas autoridades dos Estados Unidos. O ferido é Martín Marro, 48 anos. Sobreviveram Iván Brajkovic, Ariel Benvenuto, Juan Pablo Trevisan e Banchini, com idades de 48 e 49 anos. "Não há forma de entender que um sonho se transforme em seu pior pesadelo. Sobrevivemos e vimos a partida de nossos amigos. No que se transformou o mundo? Como alguém pode pensar, planejar e executar um atentado semelhante?", questionou Banchini.

No ataque também morreram uma belga de 31 anos e dois americanos. Doze pessoas ficaram feridas. Banchini destacou o "jornalista americano que escreveu um texto sobre nós, sobre nossa amizade e sobre o profundo significado que a amizade tem para os argentinos". Ele se referia a Brian Winter, que já morou em Buenos Aires, e o artigo escrito para um portal americano.



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