Costa Rica registra ao menos 19 mortes por bebidas adulteradas com metanol

Costa Rica registra ao menos 19 mortes por bebidas adulteradas com metanol

Autoridades apreenderam um total de 30 mil unidades desses produtos em lojas localizadas em todo o país

Correio do Povo e AFP

Óbitos ocorreram em cinco das sete províncias

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A Costa Rica está em alerta devido a diversos casos de intoxicação com álcool adulterado com metanol, que deixaram um saldo de ao menos 19 mortos desde o início de junho, disseram as autoridades sanitárias neste fim de semana. O Ministério da Saúde emitiu um alerta para evitar que os consumidores ingiram bebidas alcoólicas, pois não se sabe quantas garrafas adulteradas há. De 34 intoxicações verificadas, 19 pessoas – 14 homens e cinco mulheres de entre 32 e 72 anos, em sua maioria alcoólatras e alguns indigentes – morreram desde a primeira semana de junho até a noite de sexta, indicou a pasta.

Os óbitos ocorreram em cinco das sete províncias do país: San José, Cartago e Heredia (no centro do país); bem como em Limón (Caribe) e Guanacaste (Pacífico). Estão infectadas as bebidas Guaro Montano, Guaro Gran Apache, Aguardiente Timbuka, Aguardiente Molotov, Aguardiente Barón Rojo. O Fundo de Seguridade Social da Costa Rica (CCSS), responsável pelos centros médicos públicos, indicou que tratou um total de 36 pacientes com sintomas de intoxicação – que variam desde cegueira parcial ou total até o coma, passando por náuseas, diminuição da pressão arterial e dor abdominalo – e há mais duas mortes cuja causa ainda não foi confirmada.

O chefe do serviço de emergência do hospital Calderón Guardia de San José, Donald Corella, disse ao jornal La Nación que o álcool ingerido pelas pessoas afetadas contém entre 30% e 50% de metanol. Ele relatou cerca de dez hospitalizados naquele sanatório, seis dos quais morreram. Os outros quatro "foram deixados para trás", com casos de "cegueira total não reversível" e lesões cerebrais que causam tremores semelhantes aos causados pela doença de Parkinson.

Na última semana, as autoridades apreenderam um total de 30 mil unidades desses produtos em lojas localizadas em todo o país. As marcas têm registros de saúde, então as autoridades suspeitam que unidades legítimas e outras adulteradas estão circulando. Diante disso, eles optaram por proibir a venda. No dia 12 de julho, o Ministério da Saúde registrou a queixa junto às autoridades judiciais. A investigação será responsável por determinar os responsáveis pela alteração dos produtos, bem como as acusações criminais que serão imputadas.

A CCSS informou nesta sábado que uma equipe composta por especialistas em epidemiologia, emergências, farmácia e laboratório, são mantidos em sessão permanente de trabalho para refinar a abordagem dos pacientes que entram nos diferentes serviços de emergência com suspeita de intoxicação por metanol. As autoridades estabeleceram uma definição de caso suspeito para identificar com mais precisão em pacientes de serviços de emergência, manifestações clínicas que podem estar relacionadas a essa intoxicação.


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