Crise política no Peru não deve trazer ameaça de ruptura na América Latina

Crise política no Peru não deve trazer ameaça de ruptura na América Latina

Alvo de pedidos de impeachment, ex-presidente Pedro Castillo buscou a dissolução do Congresso e acabou detido pelas forças de segurança peruanas

Correio do Povo

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A tentativa frustrada de um Golpe de Estado do ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, provocou críticas de diversos presidentes de países da América Latina e do Mundo. Alvo de três processos de impeachment, Castillo buscou a ruptura e anunciou a dissolução do Congresso. Horas depois, acabou destituído pelo mesmo Parlamento que tentou "derrubar". Ouça o Direto ao Ponto e entenda o caso. 

Além das investigações e suspeitas de corrupção, o ex-presidente conviveu com problemas econômicos e sociais, especialmente motivados pela pandemia da Covid-19 e os reflexos do conflito europeu. Neste aspecto, o caso se assemelha aos demais países do continente, que estão buscando a recuperação da economia.

Na avaliação do colunista do Correio do Povo, Jurandir Soares, o caso peruano serve de alerta para os demais países que cogitarem um golpe. "Não acredito que isso vá influenciar outros casos de ruptura. Foi um golpe e fracassou. Serve de alerta. É preciso ter muito respaldo para que o golpe dê certo. Ali foi claro, tentou dar um golpe e não deu certo", pontuou. Jurandir explicou que Castillo buscou a ruptura sem o apoio nem do Judiciário e nem das Forças Armadas. 

De acordo com o colunista, além da inabilidade, os impactos da Covid-19 no Peru e uma virada expressiva nos indicadores da economia contribuíram para que Castillo não tivesse qualquer governabilidade. "A situação econômica social e da área de saúde colaborou para isso. O Peru vinha em um crescendo impressionante. Antes da pandemia. 5% em média. A pandemia desestruturou a economia do Peru. O sistema de saúde entrou em colapso. O país passou a ser o maior da América Latina com o maior número de mortes por habitantes. Ele assumiu no meio dessa situação caotica". 

Agora, caberá à vice Dina Boluarte assumir o país e reconduzir a normalidade. Para Jurandir, ela começa com bons sinais à medida que foi reconhecida como presidente também pela oposição. " Dina Boluarte é centro esquerda, não é radical. O congresso a nomeou. É a primeira mulher a assumir o Peru. Ela terá com isso outras possibilidades para reconduzir o Peru, o que todos nós desejamos que aconteça pois o Peru é um país fundamental da América Latina".

 

 


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