Decisão de Trump sobre Jerusalém é obstáculo para a paz, diz Guterres

Decisão de Trump sobre Jerusalém é obstáculo para a paz, diz Guterres

Secretário-geral da ONU afirmou que decisão porá esforços pela paz em perigo

AFP

Secretário-geral da ONU afirmou que decisão porá esforços pela paz em perigo

publicidade

A decisão do presidente Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel prejudicará o processo de paz no Oriente Médio - declarou neste domingo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. As declarações do chefe da ONU contrastam nitidamente com as embaixadora dos Estados Unidos na organização, Nikki Haley, que defendeu que a decisão de Trump "fará o processo de paz avançar" no Oriente Médio.

O giro político de Washington tem sido muito criticado pelos palestinos, por líderes árabes e por parte da comunidade internacional, preocupada com os protestos na região. Após reunião neste fim de semana, a Liga Árabe pediu que a decisão fosse anulada.

Falando para a rede CNN, Guterres manifestou sua satisfação com o fato de o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, ter-se reunido recentemente com israelenses e palestinos para tratar de um novo plano de paz, após anos de paralisia nesse processo: “Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas havia uma esperança de que seria possível pôr fim a esse horrível conflito entre Israel e os palestinos”, comentou Guterres.

“Acho que a decisão tomada na quarta pode pôr esses esforços em perigo”, advertiu o secretário-geral.

Para Nikki, porém, esses temores são exagerados. Em sua opinião, Trump é o primeiro presidente americano que teve a “coragem” de aplicar a lei adotada no Congresso em 1995, mas que foi sistematicamente prorrogada por todos os presidentes. “Sobre as pessoas incomodadas, sabíamos que isso aconteceria. Deve-se a um ato de coragem. Mas acredito firmemente que isso fará o processo de paz avançar”, declarou, em entrevista à emissora CNN.

Haley sugeriu que esse passo simplificaria as negociações. “Agora, (israelenses e palestinos) podem se reunir para tomar uma decisão sobre as fronteiras, podem decidir sobre os limites e o que quiserem que Jerusalém seja”, assegurou.

Mortes em protestos

Desde que, na quarta-feira, Trump anunciou sua mudança diplomática com relação a Jerusalém, ocorreram manifestações e confrontos no Oriente Médio. Nos Territórios Palestinos, quatro pessoas morreram.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que não se reunirá com o vice-presidente americano, Mike Pence, nas próximas semanas. Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Israel é um “Estado terrorista” e “assassino de crianças”, enquanto o papa Francisco pediu “sensatez e prudência”.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895