Decisão de Trump sobre Jerusalém é obstáculo para a paz, diz Guterres
Secretário-geral da ONU afirmou que decisão porá esforços pela paz em perigo
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O giro político de Washington tem sido muito criticado pelos palestinos, por líderes árabes e por parte da comunidade internacional, preocupada com os protestos na região. Após reunião neste fim de semana, a Liga Árabe pediu que a decisão fosse anulada.
Falando para a rede CNN, Guterres manifestou sua satisfação com o fato de o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, ter-se reunido recentemente com israelenses e palestinos para tratar de um novo plano de paz, após anos de paralisia nesse processo: “Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas havia uma esperança de que seria possível pôr fim a esse horrível conflito entre Israel e os palestinos”, comentou Guterres.
“Acho que a decisão tomada na quarta pode pôr esses esforços em perigo”, advertiu o secretário-geral.
Para Nikki, porém, esses temores são exagerados. Em sua opinião, Trump é o primeiro presidente americano que teve a “coragem” de aplicar a lei adotada no Congresso em 1995, mas que foi sistematicamente prorrogada por todos os presidentes. “Sobre as pessoas incomodadas, sabíamos que isso aconteceria. Deve-se a um ato de coragem. Mas acredito firmemente que isso fará o processo de paz avançar”, declarou, em entrevista à emissora CNN.
Haley sugeriu que esse passo simplificaria as negociações. “Agora, (israelenses e palestinos) podem se reunir para tomar uma decisão sobre as fronteiras, podem decidir sobre os limites e o que quiserem que Jerusalém seja”, assegurou.
Mortes em protestos
Desde que, na quarta-feira, Trump anunciou sua mudança diplomática com relação a Jerusalém, ocorreram manifestações e confrontos no Oriente Médio. Nos Territórios Palestinos, quatro pessoas morreram.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que não se reunirá com o vice-presidente americano, Mike Pence, nas próximas semanas. Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Israel é um “Estado terrorista” e “assassino de crianças”, enquanto o papa Francisco pediu “sensatez e prudência”.