Defesa de Lugo diz que ele é perseguido e que processo de impeachment é ilegal

Defesa de Lugo diz que ele é perseguido e que processo de impeachment é ilegal

Presidente paraguaio pode perder o mandato nesta sexta-feira

Agência Brasil

Senado paraguaio decidirá se presidente Fernando Lugo perderá o mandato

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A defesa do presidente paraguaio, Fernando Lugo, alegou nesta sexta-feira que ele está sendo vítima de perseguição política e que a abertura inesperada de processo de impeachment contra ele é inconstitucional.
O advogado Adolfo Ferreiro, um dos que representaram o ex-bispo em sua defesa no Senado, disse que as mortes resultantes de conflitos entre camponeses e policiais não caracterizam mau desempenho de Lugo no cargo.

"Alegam mau desempenho do presidente, mas não se explicam por que razão ele teria incorrido em mau desempenho de suas funções. Não há nenhuma explicação técnica, e esse processo demonstra total desconhecimento da estrutura política do Paraguai. Querem cassar um presidente eleito por professar ideias que são contrárias às ideias de seus julgadores", afirmou Ferreiro.

Outro advogado de Lugo, Emílio Camacho, defendeu que a forma como o processo está sendo conduzido afeta a "soberania popular". "Se condenarmos um presidente da República, estaremos nos condenando", disse Camacho. A defesa do presidente uruguaio teve duas horas para apresentar seus argumentos no início da sessão no Senado nesta sexta-feira. A partir de agora, os parlamentares vão avaliar os argumentos da defesa e da acusação para decidir se será cassado o mandato do presidente. Para tirá-lo do poder, são necessários 30 votos a favor do pedido, o equivalente a dois terços do Senado, formado por 45 senadores.

Entre as razões apontadas pelos deputados que entraram com o pedido de impeachment na quinta-feira estão a ligação de Lugo com movimentos sociais atuantes no campo e o conflito ocorrido há uma semana em uma fazenda no Nordeste do país, no qual morreram 17 pessoas. "Os acontecimentos trágicos não podem ser caracterizados como um mau desempenho do presidente", reforçou o advogado Ferreiro.

Lugo é acusado de instigar a invasão de terras no Paraguai e de, segundo os deputados, submeter as forças de segurança a ordens dos movimentos sociais. Com isso, os parlamentares dizem que o presidente é incapaz de conter uma onda de violência no país.

De acordo com a imprensa local, enquanto o julgamento ocorre no Senado, centenas de manifestantes permanecem em frente ao Congresso Nacional em apoio ao presidente. O policiamento foi reforçado para conter possíveis conflitos. A previsão é de que a palavra final do Senado seja divulgada às 16h30 (17h30 horário de Brasília). Lugo decidiu não comparecer ao julgamento político e permance no Palacio de López, sede do governo, acompanhando tudo pela televisão.

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