Defesa tenta minimizar papel de Tsarnaev no atentado em Boston
Acusação mostrou caso de menino de 8 anos morto na explosão no fim da maratona
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Gerry Grant, especialista em informática e redes sociais chamado a depor pela defesa, disse que o celular do jovem emitia sinais na universidade de Massassusetts Dartmout, a 80 quilômetros de distância, enquanto eram compradas as panelas de pressão usadas na fabricação das bombas e as armas usadas no ataque. Tsarnaev está sendo julgado na capital do estado de Massachusetts desde o dia 4 de março e pode ser condenado à pena de morte pelo ataque. Desde 11 de setembro de 2001, este foi o pior atentado ocorrido nos EUA, com três mortos e 264 feridos.
A acusação terminou na segunda-feira com o testemunho do médico legista Henry Nields, que contou os detalhes, algumas vezes insuportáveis, dos ferimentos sofridos pela mais jovem das vítimas, o menino Martin Richard, de 8 anos, atingido pela explosão das duas bombas artesanais perto da linha de chegada. Durante a audiência, o júri também teve acesso a fotos e roupas de Richard e alguns jurados não conseguiram conter as lágrimas.
Desde o início do processo, e diante das evidências apresentadas pela Promotoria, a defesa reconheceu a responsabilidade de Dzhokhar Tsarnaev. Ainda assim, os advogados do jovem afirmam que ele estava sob a influência de seu irmão mais velho, Tamerlan, de 26 anos, morto pela polícia três dias após o atentado. "Foi Tamerlan Tsarnaev quem se radicalizou. Dzhokhar o seguia", frisou a advogada Judy Clarke ao fazer suas alegações iniciais.
No entanto, os promotores apresentaram Dzhokhar como um assassino frio: um estudante tranquilo e fumante ocasional de maconha que fracassou em vários de seus exames universitários e se tornou um ávido leitor de conteúdo islâmico, encontrado em seu computador. Depois do testemunho dilacerante de vários amputados nas explosões, os promotores o mostraram meia hora após os ataques comprando leite tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.