Denunciados ataques a comboios humanitários após furacão Matthew no Haiti

Denunciados ataques a comboios humanitários após furacão Matthew no Haiti

Serão 45 milhões de dólares para garantir resposta alimentícia para as 750 mil pessoas mais atingidas

AFP

Serão 45 milhões de dólares para garantir resposta alimentícia para as 750 mil pessoas mais atingidas

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O diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no Haiti denunciou nesta quinta-feira ataques contra comboios humanitários e a lentidão da chegada de ajuda para as vítimas do furacão Matthew, que devastou o sul do país na semana passada.

"Infelizmente, há pessoas que tentam tirar vantagem desse esforço humanitário e temos perdido quantidades de alimentos por conta de roubos", disse nesta quinta-feira à AFP Carlos Veloso, diretor do PMA, uma agência da ONU. "Isso atrasará todo nosso esforço de levar alimentos para a população, ou de outra forma, deveremos tomar medidas muito caras como helicópteros e não poderemos transportar as mesmas quantidades aos mesmos lugares", lamentou.

Uma semana depois da passagem do devastador furacão sobre o Haiti, a cólera atingiu os habitantes de áreas isoladas. Muitos comboios humanitários foram bloqueados por barricadas e, em alguns casos, roubados na rota nacional que atravessa a ilha sul.

O fracasso da gestão após o terremoto em 2010, onde somente uma fração da ajuda foi recebida pelas vítimas, permanece na memória e as famílias afetadas pelo furacão temem ser esquecidas. De acordo com estimativas parciais do PMA, mais de 750.000 pessoas necessitavam de ajuda alimentar de emergência.

"Compreendo o desespero das pessoas, mas elas devem nos ajudar: devem deixar a assistência passar", pediu Veloso. "Há lugares que vão receber agora e outros em uma segunda fase, mas devemos fazer isso de uma forma organizada porque não podemos chegar a todos os locais ao mesmo tempo", afirmou.

Desde a semana passada, mais de 700 toneladas de alimentos foram transportadas pelo PMA ao departamento (estado) sul de Grand-Anse, incluindo 192 toneladas que já foram distribuídas a 23.000 pessoas. Relatórios locais indicavam que antes da passagem do furacão 3,2 milhões de habitantes estavam em situação de insegurança alimentar.

Serão necessários 45 milhões de dólares para garantir a resposta alimentícia de urgência para as 750.000 mais atingidas e seis milhões de dólares adicionais para financiar a logística dessa ajuda.

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