Denunciante acusa Trump de tentar esconder ligação com presidente ucraniano
Governo norte-americano teria restringido acesso à transcrição da conversa
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O presidente Donald Trump solicitou a "interferência" da Ucrânia para influenciar as eleições americanas de 2020 em uma conversa telefônica com o colega ucraniano e a Casa Branca tentou restringir o acesso à transcrição da ligação, afirma um denunciante em um documento divulgado nesta quinta-feira.
"Recebi informações de vários funcionários do governo americano de que o presidente dos Estados Unidos está usando o poder de seu cargo para solicitar a interferência de um país estrangeiro na eleição americana de 2020", escreve o denunciante, membro do serviço de inteligência e que não teve a identidade revelada, em seu relatório publicado pelo Congresso.
O denunciante afirmou ainda que, alguns dias depois da ligação, altos funcionários da Casa Branca se mobilizaram para "bloquear" todos os arquivos vinculados à conversa entre Donald Trump e o presidente ucraniano Volodimir Zelenski.
Anteriormente, parlamentares norte-americanos que tiveram acesso ao documento já falavam sobre a existência de um conteúdo perturbador. O legislador republicano Chris Stewart, que integra o Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, escreveu nessa quarta-feira no Twitter: "BREAKING NEWS: a denúncia do informante perdeu o sigilo. Eu encorajo todos a lerem".
O líder da bancada democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou, depois de ler o documento, que é "muito inquietante". O senador republicano Ben Sasse usou a mesma expressão ao destacar que "obviamente há coisas muito inquietantes" na denúncia.
Denúncia no momento errado
O escândalo explodiu no momento em que o país começa a se preparar para a campanha das eleições de novembro de 2020, nas quais Trump postula a reeleição. Os democratas iniciaram na terça-feira uma investigação parlamentar formal contra Trump - a primeira etapa do procedimento de impeachment -, após a denúncia de que em uma conversa em 25 de julho ele supostamente pressionou o colega ucraniano a investigar o rival político Joe Biden.