Desabamento de mausoléu xiita no Iraque deixa ao menos cinco mortos

Desabamento de mausoléu xiita no Iraque deixa ao menos cinco mortos

Corpos de duas mulheres, um homem e uma criança foram encontrados após mais de 24 horas do desmoronamento

AFP

Corpos de duas mulheres, um homem e uma criança foram encontrados após mais de 24 horas do desmoronamento

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Serviços de resgate recuperaram neste domingo (21) cinco corpos de peregrinos presos sob os escombros de um santuário xiita no centro do Iraque, parte do qual desmoronou na véspera em um deslizamento de terra.

Após mais de 24 horas de buscas entre rochas, vigas de madeira e outros escombros do mausoléu do imã Ali, em Kerbala, "encontramos cinco corpos", declarou à AFP o general Abdelrahman Jawdat, da Defesa Civil. "Este pode ser o balanço final", afirmou, embora tenha acrescentando que as operações de buscas continuam para encontrar eventuais novas vítimas.

Entre os escombros do santuário, conhecido como Qattarat al-Imam Ali, os socorristas, ajudados por escavadoras, conseguiram tirar os corpos de duas mulheres, de um homem e uma criança. Também localizaram "o corpo de uma mulher", que ainda tentavam recuperar, explicou o general Jawdat.

No sábado, foram resgatadas três crianças, sob os olhares angustiados dos familiares, observou um jornalista da AFP no local. Foram "hospitalizadas, mas estão com boa saúde", informaram os serviços de emergência.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil, Nawas Sabah Shaker, uma parte da rocha que rodeava o edifício se desprendeu na tarde de sábado, "devido à forte umidade" e caiu sobre o edifício. O deslizamento de terra provocou o desabamento "de cerca de 30% da superfície total do edifício que tem cerca de 100 metros quadrados", explicou.

"Queremos saber o que aconteceu"

"Trabalhamos duro, com a maior precisão para chegar até as pessoas presas. Qualquer erro pode causar novos deslizamentos de terra", disse Jawdat à AFP. Bassem Jazali, presente nas operações de resgate, disse que seu sobrinho ficou preso "quando o teto desabou". "Tenho medo de que todos os esforços feitos sejam em vão (...) Queremos saber o que aconteceu, por que aconteceu", acrescentou.

Tanto no exterior quanto no interior, o exército e os homens do Hash al-Shaabi, ex-paramilitares incorporados às forças armadas iraquianas, garantiam a segurança do local.

No Twitter, o presidente iraquiano Barham Saleh pediu aos socorristas "heroicos" que "mobilizem todos os seus esforços para salvar as pessoas presas".

O primeiro-ministro iraquiano, Mustafá al Kazimi, instou o ministro do Interior a "supervisionar diretamente no terreno o trabalho dos socorristas" e expressou seu desejo de que os feridos "se recuperem logo".

O mausoléu fica cerca de 25 quilômetros a oeste da cidade sagrada xiita de Kerbala e atrai milhares de peregrinos todos os anos. Em Kerbala está enterrado o imã Hussein, neto do profeta Maomé.

Os xiitas consideram Hussein, que morreu em batalha em 680 dC, como o sucessor legítimo do profeta Maomé, uma questão que está no centro do cisma com o islamismo sunita.

Ao contrário, o mausoléu é dedicado ao imã Ali, genro do profeta Maomé e figura fundadora do islamismo xiita.

De acordo com a tradição xiita, o imã Ali teria feito uma parada neste local com seu exército a caminho da batalha de Siffin em 657 e teria criado ali um manancial de água.


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