Descarrilamento de trem na França continua sem explicação

Descarrilamento de trem na França continua sem explicação

Empresa responsável afirma nunca ter registrado acidente

AFP

Empresa responsável afirma nunca ter registrado acidente

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Os investigadores tentavam explicar neste domingo o descarrilamento de uma composição de um trem de alta velocidade (TGV), que matou pelo menos 11 pessoas no sábado, no leste da França, bem como a presença de crianças a bordo, um tema polêmico.

Devido a este acidente, a entrada em serviço da linha de alta velocidade (LGV) Paris-Estrasburgo, que deveria acontecer em abril de 2016, será adiada, informou, em Paris, Jacques Rapoport, número dois da Sociedade Nacional dos Caminhos Ferroviários (SNCF).

O número de vítimas do acidente, que ocorreu em Eckwersheim, no leste da França, subiu na tarde deste domingo para 11 mortos e 37 feridos, incluindo 12 em estado crítico, de acordo com um procurador-adjunto, Alexander Chevrier, que abriu uma investigação para apurar o incidente.

Ele não especificou a idade das vítimas, mas disse que as caixas-pretas do trem foram recuperadas. Cinco pessoas continuam desaparecidas. "No momento, o acidente é inexplicável. Ninguém foi capaz de estabelecer as causa" do descarrilamento, declarou à imprensa em Paris o presidente da SNCF, Guillaume Pepy.

Ele acrescentou que o descarrilamento foi "sem precedentes" e constitui "um grande choque" para a SNCF, que nunca registrou qualquer descarrilamento fatal na história do TGV, desde sua entrada em serviço, em 1981.

As vítimas faziam parte de uma equipe de 49 técnicos e ferroviários a bordo do comboio, que realizava um teste na linha de alta velocidade destina a ligar Paris a Estrasburgo em 1h48min, a partir de abril de 2016.

Crianças entre os feridosMuitas crianças estavam a bordo no trem, indicaram, neste domingo, fontes da companhia ferroviária francesa. "Havia várias crianças a bordo", indicou um porta-voz da empresa, que disse desconhecer se alguma delas morreu no acidente. "Há (crianças) entre os feridos", precisou, sem especificar, no entanto, a gravidade de suas lesões.

Pepy confirmou, por sua vez, "a presença de alguns acompanhantes no comboio", incluindo crianças. "Cada teste deve contar com uma lista de acompanhantes autorizados a participar", e esta lista "foi enviada para os investigadores", acrescentou Pepy, que ressaltou que a SNCF "vai assumir a sua responsabilidade no que diz respeito a todas as vítimas".

As investigações "vão permitir esclarecer quem são esses acompanhantes, por que estavam a bordo, em que circunstâncias foram autorizados a embarcar neste trem", disse ele algumas horas antes à rádio France Info.

Por alguma razão inexplicável, o trem saiu dos trilhos e caiu na água em um canal. Ele estava viajando a cerca de 350 Km/h, de acordo com uma fonte próxima à investigação.

Segundo o sindicato Sud Rail, este TGV realizava "testes de velocidade excessiva" antes de descarrilar. Mas a SNCF "não confirma que a velocidade do comboio seja a causa do acidente", disse seu porta-voz. No local do acidente, vários guindastes tentavam, neste domingo, recuperar o trem, que caiu perto de uma ponte sobre o canal Marne au Rhine, ao noroeste de Estrasburgo. "Todas as hipóteses sobre o acidente permanecem em aberto, a de um ato criminoso ou um ataque, não está excluída", afirmou.

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