Desemprego na Eurozona atinge 12,1% e bate recorde

Desemprego na Eurozona atinge 12,1% e bate recorde

Índice aponta que 19,22 milhões de pessoas estão sem ocupação

AFP

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Apesar dos sinais de recuperação da situação econômica na Eurozona, o desemprego continua a registrar níveis recordes, segundo dados publicados nesta segunda-feira, após uma reunião entre líderes europeus. O índice aumentou 0,1% em maio e atingiu a marca recorde de 12,1%, depois de três meses de estabilidade a 12%, segundo a agência de estatísticas Eurostat.

Os países tentam encontrar soluções rápidas para lutar contra o problema, que atinge especialmente os jovens. A taxa significa que 19,22 milhões de pessoas estão desempregadas. Em um mês, 67 mil novas pessoas ficaram desempregadas, e 1,3 milhão em um ano.

Apesar do recorde, este é o menor aumento anual registrado desde dezembro de 2011, observa Jonathan Loynes, da Capital Economics, o que é um sinal de que a crise está menos acentuada. Outros dados divulgados nesta segunda-feira vão na mesma direção. A atividade no setor manufatureiro continua em retração, mas menos do que antes, o que poderia resultar em "um retorno ao crescimento no terceiro trimestre", acredita Chris Williamson, economista da Markit, que publica o índice PMI.

Apesar destes sinais, o desemprego não deve registrar, em curto prazo, mudanças nesta tendência. "É importante lembrar as disparidades consideráveis entre os países, que varrem a ideia de que os desequilíbrios macroeconômicos são absorvidos na zona do euro", acrescenta o economista da Capital Economics.

A situação é particularmente crítica na Grécia e na Espanha, dois país fortemente atingidos pela crise, onde o desemprego atinge 60% dos jovens. Com taxa de 26,9%, a Espanha é o país com maior índice de desemprego, seguido pela Grécia, com 26,8% em março. Na Áustria a taxa é de apenas 4,7%, enquanto na Alemanha é 5,3% e em Luxemburgo 5,7%.

Sinal de que as disparidades não diminuem, a situação piorou muito em um ano em países como o Chipre, que foi colocado sob assistência financeira da UE e do Fundo Monetário Internacional. A taxa de desemprego subiu de 11,4% para 16,35 neste país. Na Eslovênia, vista por alguns como o novo ponto fraco da Eurozona, o desemprego passou de 8,6% para 11,2% em 12 meses.

Jovens com menos de 25 são os mais afetados

Outro sinal preocupante: o desemprego atinge 23,8% dos jovens na Eurozona. Entre os jovens com menos de 25 anos, os países com maior desemprego são Grécia (59,2% em março), Espanha (56,5%) e Portugal (42,1%).

Em uma tentativa de dar uma resposta a este problema, os chefes de Estado e de Governo da UE concordaram na semana passada em mobilizar pelo menos oito bilhões de euros, um valor já considerado insuficiente por muitos.
"Seriam necessários seis bilhões de euros por ano para tirar centenas de milhares de jovens das ruas", disse o chanceler social-democrata austríaco Werner Faymann.

A chamada "Iniciativa para a Juventude", que envolve as regiões mais afetadas pelo desemprego entre os 13 países, terá seis bilhões de euros no orçamento da UE 2014-2020. Mas os europeus decidiram elevar este montante ao longo de dois anos, e tocar em fundos não utilizados do orçamento para elevá-lo para pelo menos oito bilhões de euros. Os bilhões serão usados para traduzir em ação a "Garantia para a Juventude", que prevê oferecer formação ou emprego a jovens dentro de quatro meses após o término de seus estudos ou perda de emprego.

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