Desemprego vai a 13,8% e atinge mais de 13 milhões no Brasil, diz IBGE

Desemprego vai a 13,8% e atinge mais de 13 milhões no Brasil, diz IBGE

Taxa, que corresponde ao trimestre encerrado em julho, é a maior desde 2012

Correio do Povo

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O desemprego atingiu 13,1 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho e a taxa de desocupação chegou a 13,8%, maior patamar desde o início da série histórica, em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. No trimestre anterior, de fevereiro a abril, a taxa de desocupação era de 12,6% e 12,8 milhões estavam sem emprego. 

A população ocupada recuou para 82 milhões, o menor contingente da série. Essa população caiu 8,1% (menos 7,2 milhões pessoas) em relação ao trimestre anterior, e 12,3% (menos 11,6 milhões) frente ao período de maio a julho de 2019. O nível de ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, caindo 4,5 pontos frente ao trimestre anterior e 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de 2019.

Outro indicador que está no menor patamar na série histórica é a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), que chegou a 95,2 milhões de pessoas, com queda de 6,8% (ou 6,9 milhões) frente ao trimestre anterior, e de 10,4% (ou 11 milhões de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2019. Já a população fora da força de trabalho atingiu o recorde da série e chegou a 79 milhões de pessoas - mais 8 milhões em relação ao trimestre anterior e mais 14,1 milhões frente ao mesmo trimestre de 2019. Entretanto, o aumento foi menor do que no trimestre encerrado em junho, quando o ganho foi de 10 milhões de pessoas.

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, afirma que as quedas no período da pandemia de coronavírus foram determinantes para os recordes negativos deste trimestre encerrado em julho. “Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos”, afirmou. 

Comércio, alojamento e alimentação e Indústria têm redução da ocupação em julho

Na comparação com o trimestre terminado em abril, a população ocupada diminuiu em oito dos 10 grupamentos de atividades analisados pela PNAD Contínua e ficou estável em dois. A ocupação em Alojamento e alimentação caiu 23,2%, com menos 1,1 milhão de pessoas empregadas. Também houve queda na Indústria (- 8%), o que representou cerca de 916 mil pessoas a menos.

Construção (queda de 9,5%, ou menos 559 mil pessoas) e Comércio (9,7%, ou menos 1,6 milhão de pessoas) apresentaram quedas menores do que em junho, quando registraram reduções de 16,6% e 10,9%, respectivamente. “Essa queda menor pode indicar um retorno de trabalhadores nesses setores, que foram beneficiados com a flexibilização da quarentena. Por exemplo, algumas obras interrompidas já voltaram e o comércio informal também”, explica a analista.

Informalidade diminui e trabalho doméstico chega ao menor nível da série

A taxa de informalidade chegou a 37,4% da população ocupada (o equivalente a 30,7 milhões de trabalhadores informais). No trimestre anterior, a taxa fora de 38,8% e, no mesmo trimestre de 2019, de 41,3%.

Também atingindo o menor patamar da série histórica da PNAD Contínua, o número de trabalhadores domésticos chegou a 4,6 milhões de pessoas, queda de 16,8% (ou 931 mil pessoas) frente ao trimestre anterior, e de 26,9% (ou 1,7 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019. “A trajetória ainda é de queda”, explica a especialista, “mas a redução é menor do que a do trimestre encerrado em junho, quando foi de 21% frente ao trimestre anterior”, finaliza Beringuy.

 

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