Desigualdade é a face da globalização, diz secretário-geral da ONU
Antonio Guterres falou sobre desemprego e instabilidade social em sessão da Cepal
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"É verdade que a globalização trouxe diversos benefícios. Mais pessoas deixaram a pobreza extrema que nunca (...), mas há demasiadas pessoas que ficaram para trás", acrescentou. O líder da ONU lembrou que "por mais de uma geração, a renda do 1% mais rico do mundo cresceu em um ritmo duas vezes maior que a dos 50% mais pobres".
Guterres destacou que "o desemprego entre os jovens alcança níveis alarmantes, com trágica repercussão" em seu bem-estar, "nas possibilidades de desenvolvimento dos países e até mesmo em algumas regiões do mundo, com impacto negativo em matéria de segurança". Ele afirmou que as mulheres continuam a ter menos possibilidades de participar do mercado de trabalho "e a desigualdade salarial por gênero continua a ser uma preocupação mundial".
Ainda neste tema, a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, garantiu que "a pobreza tem o rosto de mulher", já que "um terço das mulheres da região não consegue ter renda própria". Guterres defendeu a busca por uma "globalização equitativa" e pelo potencial da "quarta revolução industrial" que o planeta vive seja aproveitado. "Este é, provavelmente, o desafio mais difícil que teremos nas próximas duas décadas: fazer da quarta revolução industrial uma fonte de bem-estar e progresso, e não um risco que pode ter consequências muito negativas", apontou.