Destituição de Lugo afeta Estado de Direito no Paraguai, diz CIDH

Destituição de Lugo afeta Estado de Direito no Paraguai, diz CIDH

Para Comissão Interamericana de Direitos Humanos, julgamento sumário é questionável

AFP

Destituição de Lugo afeta Estado de Direito no Paraguai, diz CIDH

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirmou neste sábado que o julgamento político sumário do Congresso paraguaio – que destituiu o presidente Fernando Lugo – afetou o Estado de Direito no país. É "inaceitável a rapidez do julgamento político contra o presidente constitucional e democraticamente eleito", afirmou em um comunicado a Comissão, órgão autônomo da Organização de Estados Americanos (OEA).

"É uma paródia da justiça e uma afronta ao Estado de Direito remover um presidente em 24 horas, sem garantias para se defender", considerou em Washington o secretário-executivo da CIDH, Santiago Canton. "É altamente questionável" que um julgamento imparcial possa ser tão breve, reiterou a CIDH.

Lugo foi destituído nessa sexta-feira em um julgamento político sumário, acusado pela câmara de deputados de "mau desempenho de suas funções", e foi substituído pelo vice-presidente, Federico Franco. O novo governo de Franco segue neste sábado sem receber nenhuma mostra de apoio dos países latino-americanos, ouvindo críticas pela forma como Lugo foi retirado do poder e acusações de golpe de alguns países.

Novo presidente do Paraguai não acredita em sanção do Brasil

Na segunda entrevista coletiva após tomar posse, o novo presidente do Paraguai, Federico Franco, escolheu o Brasil como tema principal. Franco disse neste sábado que não acredita em sanções por parte do Brasil ao Paraguai. “Temos esperanças de manter as relações harmônicas e proporcionais com o Brasil”, destacou ele, que respondeu a várias perguntas de jornalistas brasileiros. 

De acordo com uma alta fonte do governo, a orientação da presidente Dilma Rousseff ao Itamaraty é de esperar os desdobramentos da deposição do ex-presidente Fernando Lugo no Paraguai para se posicionar sobre o reconhecimento do novo governo do país vizinho. Isso porque, caso não haja uma mobilização popular em favor do ex-presidente, o povo paraguaio estará legitimando a ação do Congresso local.

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