Corrida eleitoral acirrada nos EUA aumenta importância de estados-chave

Corrida eleitoral acirrada nos EUA aumenta importância de estados-chave

Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e Georgia são territórios cruciais para disputa entre Trump e Biden

Correio do Povo, AFP e AE

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Ainda que não se tenha ideia de quando a corrida pela presidência dos Estados Unidos irá terminar, a imprensa norte-americana noticia nesta quarta-feira que ao menos quatro estados-chave serão cruciais na definição da disputa entre Donald Trump e Joe Biden: Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e Georgia. 

Desta vez, depender dos Estados do Meio-Oeste significa incerteza sobre quando os resultados serão conhecidos, já que autoridades da Pensilvânia estimam que a apuração local pode levar alguns dias. A demora com o sistema de contagem após a eleição também aumenta a brecha para que Trump questione o resultado na justiça, algo que ele anunciou durante a madrugada que irá fazer.

Ganhar a Flórida, que tem 29 delegados no colégio eleitoral, era condição determinante para o republicano se manter com chances frente a Biden. Desde 1996, o candidato que tem a maioria dos votos no Estado é também o vencedor da eleição presidencial e a vitória ali costuma ganhar por margens apertadas.

Trump mostrou força entre latinos na Flórida, em patamar maior do que em 2016. A conquista do Estado jogou por terra a expectativa inicial dos democratas de ter uma vitória retumbante no início da noite e mostrou que a eleição está apertada. Biden ainda tem mais rotas para conquistar a marca de 270 delegados no colégio eleitoral do que Trump teria se perdesse a Flórida, mas ambos dependem do sucesso no Meio-Oeste.

Na campanha deste ano, Biden e Trump disputaram o voto dos latinos e dos idosos do Estado. Trump teve apoio entre os cubanos e venezuelanos que vivem na região de Miami e Doral, no sul do Estado, onde a retórica antissocialismo do republicano tem força.

Na Flórida, os votos antecipados pelo correio vão sendo contabilizados conforme são recebidos nas seções eleitorais. O Estado também não aceita cédulas pelo correio depois da eleição. Isso fez com que o resultado no Estado fosse conhecido ainda nesta noite de terça. Neste ano, os americanos bateram recordes no voto antecipado, com 101 milhões de cédulas enviadas antes do dia 3 de novembro, sendo 65 milhões pelo correio.

Sem surpresas, Biden venceu nos Estados de Illinois, Virginia, New Jersey, Connecticut, Massachusetts, Vermont, Maryland, Delaware, Rhode Island, New Hampshire, Novo México e Nova York, Minnesota e um distrito do Nebraska. Já Trump levou os Estados de Oklahoma, Mississippi, Alabama, Tennessee, Kentucky, Virginia Ocidental, Carolina do Sul, Wyoming, Dakota do Norte, Nebraska, Arkansas, Louisiana, Texas, Ohio, Flórida e Iowa.

Recorde

A eleição entre Donald Trump e Joe Biden deve ter a maior taxa de comparecimento em mais de um século. Previsões do US Elections Project apontam para a presença de 160 milhões de eleitores, o que significará que 67% da população em idade para votar compareceu às urnas, um interesse histórico.

O clima de incerteza que dominou a manhã, quando o noticiário repercutia a ameaça de Trump de contestar a eleição e as preocupação com um eventual confronto civil, foi se dissipando no decorrer da tarde conforme a votação transcorria sem incidentes significativos. As campanhas temiam um baixo comparecimento em razão da pandemia, mas os eleitores se mostraram determinados a votar em uma disputa polarizada, onde a fatia de indecisos nas semanas anteriores ficou abaixo de 5%.

Ameaças e polêmica 

Durante a madrugada desta quarta-feira, Donald Trump não chegou a declarar vitória antecipada, mas garantiu que os republicanos estavam se preparando para uma grande comemoração. Ele prometeu ir à Suprema Corte para parar as contagens. "Não quero que no meio da madrugada eles surjam com alguma contagem para prejudicar isso", enfatizou.

A campanha do candidato democrata Joe Biden afirmou que as declarações do presidente Donald Trump, que pediu a interrupção da contagem dos votos e se declarou vencedor das eleições sem o anúncio de todos os resultados, são "ultrajantes e sem precedentes".

Roubo 

O Twitter marcou nesta quarta-feira (4) como potencialmente "enganoso" um tuíte do presidente Donald Trump, no qual ele acusou os adversários democratas de tentarem "roubar" as eleições.

"Uma parte ou a totalidade do conteúdo compartilhado neste tuíte é controverso e poderia ser enganoso com relação ao modo de participação em eleições ou em qualquer outro processo cívico", escreveu a rede social, em alusão ao tuíte do presidente americano, pouco após sua publicação.

Saída de acordo 

Estados Unidos abandonaram formalmente nesta quarta-feira o Acordo de Paris sobre o clima, e o possível retorno ao tratado internacional dependerá do resultado das eleições presidenciais. O democrata Joe Biden prometeu que reintegraria o país ao acordo em caso de vitória nas urnas.

Mas no caso de reeleição do republicano Donald Trump, o esforço global para frear o aquecimento global terá que continuar sem a maior economia do mundo. Tudo depende do eleitorado americano.

Biden propôs um plano de 1,7 trilhão para que Estados Unidos chegue a uma marca de zero emissões de carbono em 2050. Por outro lado, o presidente republicano Donald Trump, que enfraqueceu várias proteções ambientais durante sua gestão, defende energicamente a indústria dos combustíveis fósseis e questiona a mudança climática.


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