Expectativa democrata de conquistar Senado nos EUA começa a se reduzir

Expectativa democrata de conquistar Senado nos EUA começa a se reduzir

Partido conseguiu ganhar duas cadeiras no Colorado e no Arizona para contrapor maioria republicana

AFP

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Os democratas parecem ver se reduzirem suas expectativas de lutar contra a maioria dos republicanos no Senado dos EUA, depois que duas cadeiras aparentemente disputadas ficaram com seus oponentes. Na Câmara dos Representantes (Deputados), os democratas confirmaram sua maioria, o que posiciona Nancy Pelosi para continuar como líder desta Casa de 435 cadeiras por mais dois anos.

"Estou muito orgulhosa de poder dizer que esta noite - relativamente cedo - podemos dizer que mantemos a Câmara", disse Pelosi, que, em seu papel, tornou-se um obstáculo para o presidente Donald Trump. 

A popular representante da ala mais progressista do Partido Democrata, Alexandria Ocasio-Cortez, 31 anos, confirmou sua cadeira após dois anos em que marcou fortemente o noticiário com suas intervenções no Congresso e também com o manejo das redes sociais. Já a tentativa dos democratas de quebrarem a maioria republicana no Senado permanece incerta.

No momento, conseguiram ganhar duas cadeiras, uma no Colorado e outra no Arizona, na tentativa de contrapor a maioria republicana que tem 53 das 100 cadeiras do Senado americano. Este ano, estão em jogo 35 cadeiras na Câmara Alta.

Os republicanos conseguiram tirar dos democratas uma cadeira muito vulnerável no Alabama e mantiveram suas linhas em outros estados, desafiando as pesquisas que mostravam que Trump poderia afundar a carreira de alguns correligionários em distritos disputados. O veterano político Lindsey Graham - um importante apoiador de Trump - foi reeleito na Carolina do Sul, em uma dura disputa contra o afro-americano Jaime Harrison.

Graham se envolveu em uma polêmica nas últimas semanas, depois de supervisionar o processo de nomeação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte. O processo gerou indignação entre os democratas, que alegaram que a vaga deveria ser preenchida pelo governo resultante das eleições de terça-feira. 

Havia muita expectativa com Harrison, já que as pesquisas previam uma disputa bastante acirrada depois que o democrata conseguiu levantar um recorde de doações para sua campanha. "Não obtive os resultados que queríamos nas urnas, mas mostrei coragem e determinação", disse Harrison em um comunicado. Os republicanos também resistiram sem problemas em outros distritos, incluindo Kentucky, onde o líder da maioria na Casa, Mitch McConnell, venceu com facilidade. No Texas e em Montana, também tiveram vitórias. 

Salvar o Senado

A senadora novata de Iowa Joni Ernst, uma aliada próxima de Trump que os democratas acreditaram poder derrubar com um cerco intenso, também defendeu sua cadeira, de acordo com projeções de várias redes. "Conseguimos!", comemorou Ernst no Twitter.

Outro distrito fortemente contestado é a Carolina do Norte, onde as emissoras de televisão ainda não declararam um vencedor. O senador republicano Thom Tillis proclamou sua vitória com cerca de 94% dos votos apurados. "O que alcançamos esta noite foi uma vitória impressionante e fizemos isso contra todas as probabilidades", comemorou Tillis diante de seus apoiadores, afirmando que fez sua parte para "salvar o Senado".

Os democratas precisam derrubar quatro republicanos se quiserem ganhar a maioria. Já se o candidato presidencial Joe Biden conseguir chegar à Casa Branca, serão apenas três, pois, em caso de um empate 50-50, o vice-presidente exerce voto decisivo. 

Agora, os democratas depositam suas esperanças no Maine e na Geórgia.  No Maine, porém, a senadora republicana Susan Collins lidera com pelo menos sete pontos, após dois terços das votos apurados. Na Geórgia, seu correligionário David Perdue aparece com vantagem sobre o democrata Jon Ossoff em 90% das circunscrições apuradas.

Se os democratas vencerem uma dessas disputas, o controle do Senado estaria equilibrado até o segundo turno de uma eleição especial na Geórgia, em janeiro de 2021. O controle do Senado é vital na política de Washington, uma vez que o partido que detém a bancada majoritária escolhe as leis que são votadas em plenário. Também é nesta Casa que se confirmam as indicações sugeridas pelo presidente para cargos importantes.


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