Em semana considerada decisiva, Milei recua em texto final do pacote de reformas

Em semana considerada decisiva, Milei recua em texto final do pacote de reformas

Presidente argentino retirou mais de 100 artigos entre eles a privatização da petrolífera YPF

Estadão Conteúdo

Presidente recuou de proposta inicial para tentar aprovar projeto

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Javier Milei enviou ao Congresso nesta segunda-feira, 22, o texto final da chamada "Lei Ómnibus", que prevê reformas inéditas para economia da Argentina. No começo de uma semana considerada decisiva, o governo cedeu em 141 artigos, embora já tenha dito anteriormente que o pacote "não é negociável".

Em meio ao esforço para aprovação, o projeto passou de 664 para 523 artigos. Entre as mudanças, está a retirada da petrolífera Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) do plano de privatizações. Também houve recuo em artigos relacionados à aposentadorias, exportações, reforma do Estado e sistema eleitoral, entre outros.

Javier Milei quer aprovar a reforma na quinta-feira, 25, mas a proposta enfrenta resistências e, após duas semanas, ainda espera o aval das comissões da Câmara para ser votada em plenário. O governo tem apenas 38 deputados e precisa de no mínimo mais 91 para que o pacote avance.

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Por isso, o governo tenta garantir votos de outros partidos aliados, principalmente o Proposta Republicana (PRO), que faz parte da coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança, da ministra da Segurança Patricia Bullrich.

Nesta segunda-feira, Milei se reuniu com o preside a Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara, José Luis Espert, que deixou o partido do presidente, o Liberdade Avança, e passou a integrar o Juntos pela Mudança. A reunião foi marcada diante da semana descrita como "chave" para a lei.

Essa é considerada uma das prioridades para o libertário. Junto com o megadecreto, a Lei Ómnibus soma mais de mil medidas, que têm o objetivo de levar o conceito de livre mercado para praticamente todos os aspectos da economia argentina. O primeiro entrou em vigor imediatamente, mas enfrenta questionamentos na justiça e ainda precisa passar por uma comissão do Congresso.

Na quarta-feira, 24, é esperada uma greve geral na Argentina, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal organização sindical do país, que se opõe às mudanças propostas pelo governo. O movimento deve se reunir em frente ao Congresso e pressionar contra aprovação da lei. (Com agências internacionais).


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