Entenda quem são os rebeldes Huthis do Iêmen, grupo bombardeado por EUA e Reino Unido

Entenda quem são os rebeldes Huthis do Iêmen, grupo bombardeado por EUA e Reino Unido

Grupo sequestrou navios petroleiros no estreiro mais movimentado do mundo; EUA e Reino Unido bombardearam o Iêmen em resposta

AFP

Fontes ocidentais estimam que os rebeldes contam com mais de 200 mil soldados

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Os huthis, apoiados pelo Irã, controlam cerca de um terço do Iêmen e contam com uma força experiente e bem treinada. Os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram alvos ligados aos huthis no Iêmen na noite desta quinta-feira, 11.

| Foto: Paz PIZARRO, Gabriel CAMPELO, Olivia BUGAULT / AFP / CP

Veja quatro aspectos importantes sobre estes rebeldes atacados pelos Estados Unidos e Reino Unido, que os acusam de colocar em risco a navegação no Mar Vermelho.

Apoio do Irã

Os huthis contam com o apoio do Irã, potência regional e inimiga de Israel e da Arábia Saudita.

Os rebeldes iemenitas fazem parte do chamado "eixo de resistência", um conceito que inclui movimentos anti-israelenses da região, como o Hamas palestino e o Hezbollah libanês, passando por grupos do Iraque e Síria.

Pouco depois do início da guerra entre o Hamas e Israel em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino em solo israelense, os huthis multiplicaram os ataques na região costeira do Iêmen contra navios comerciais que, segundo eles, estavam associados a interesses israelenses.

Esta seria uma forma de apoiar os palestinos de Gaza, constantemente bombardeados por Israel.

Os Estados Unidos decidiram posicionar navios de guerra no Mar Vermelho e lançar uma força internacional para garantir a segurança nesta área por onde passa cerca de 12% do comércio mundial. Simultaneamente, acusa o Irã de encorajar estes ataques, o que Teerã nega.

Soldado Huthi de guarda em frente a Grande Mesquita Al-Saleh, em Sanaa | Foto: MOHAMMED HUWAIS / AFP / CP

Mais de 200 mil homens

Há anos com uma força estimada em pelo menos 200 mil homens, os huthis são bem treinados e familiarizados com combates em áreas montanhosas e de difícil acesso no Iêmen.

Após tomarem a capital Sanaa em 2014, ocuparam áreas maiores do país, o mais pobre da península arábica.

Seus mísseis de longo alcance e drones, desenvolvidos com tecnologia iraniana — segundo seus adversários —, são considerados uma grave ameaça para seus vizinhos do Golfo.

No passado, os huthis atacaram a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, integrantes de uma coalizão militar que apoia o governo iemenita contra os rebeldes desde 2015.

Após enfrentá-los há mais de oito anos, Riade iniciou diálogos com o grupo rebelde no ano passado, com a esperança de colocar fim a um longo conflito que devastou o país e causou uma grave questão humanitária.

Popularidade

Apesar da morte de milhares de combatentes, o grupo rebelde segue atraindo jovens recrutas no país de mais de 30 milhões de habitantes, que vive uma das piores crises humanitárias do planeta.

Ao declarar que estão atacando Israel e seu aliado americano em solidariedade aos palestinos de Gaza, os huthis ganharam visibilidade e fixaram sua base popular no Iêmen, além de também contarem com o apoio na região do Oriente Médio, explicam especialistas.

Fator xiita

Procedentes do norte, os huthis se constituíram como um movimento na década de 1990, para lutar contra a marginalização de sua comunidade religiosa, os zaidistas, uma corrente do islamismo xiita neste país de maioria sunita.

Os zaidistas viveram o seu apogeu no norte do Iêmen com a instauração de um imamato (um regime político liderado por um imã) no século IX, que durou até o século XX.

Nos territórios que controlam, os huthis impuseram normas sociais e religiosas muito rigorosas, que dizem respeito particularmente às mulheres.

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