Equador tem visão “inaceitável” do sistema judicial sueco, diz premiê

Equador tem visão “inaceitável” do sistema judicial sueco, diz premiê

OEA convocou reunião extraordinária para tratar de asilo de Julian Assange

AFP

Julian Assange está na embaixada do Equador em Londres

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O chefe de governo da Suécia, Fredrik Reinfeldt, se indignou neste sábado diante da imagem que o Equador passa do sistema judicial sueco, após a decisão de Quito de conceder asilo diplomático ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. “É naturalmente inaceitável”, declarou o primeiro-ministro à agência de notícias sueca TT.

Durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira em Quito, o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, anunciou que seu país concedia asilo diplomático a Assange, temendo principalmente que os direitos do acusado não sejam respeitados na Suécia, onde é acusado de agressões sexuais.

“Estou de acordo com o que o ministro das Relações Exteriores Carl Bildt disse”, afirmou Reinfeldt, que fala em poucas ocasiões sobre temas internacionais. Na sexta-feira, o chefe da diplomacia sueca afirmou que seu país prefere “aguardar e ver o que vai acontecer” em vez de tentar por qualquer meio a extradição do fundador do WikiLeaks.

Por sua vez, Bildt denunciou as acusações que levam a crer que a Suécia quer entregar Assange à autoridades americanas para reforçar as relações entre os dois países.Ele acrescentou que seu governo não tem nenhuma intenção de intervir no processo judicial. “O sistema judicial na Suécia é independente. Não posso fazer nenhuma declaração que vincule a justiça de uma ou outra maneira. Porque violaria a Constituição sueca.”
 
OEA convoca reunião extraordinária

A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou nesta sexta-feira uma reunião de chanceleres para o dia dia 24 de agosto, em Washington. O encontro debaterá a situação gerada pelo asilo diplomático outorgado pelo Equador ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada equatoriana em Londres.

Com uma votação de 23 países a favor e três contra (Estados Unidos, Canadá e Trinidad e Tobago), a OEA aprovou a resolução proposta por Quito que pede aos chanceleres para tratar da "inviolabilidade dos locais diplomáticos do Equador no Reino Unido".

O pedido de reunião extraordinária pelo Equador foi realizado diante das "ameaças" do governo britânico de que tirará Assange à força da embaixada do país em Londres, embora o governo britânico tenha descartado essa possibilidade.

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