Erdogan ameaça expulsar "terroristas" da fronteira se acordo com a Rússia fracassar

Erdogan ameaça expulsar "terroristas" da fronteira se acordo com a Rússia fracassar

Acordo firmado entre Turquia e Rússia prevê retirada de curdos ao fim de 150 horas

AFP

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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou neste sábado "expulsar os terroristas" curdos da fronteira do norte da Síria se suas milícias não se retirarem da região nos prazos fixados em um acordo assinado por Turquia e Rússia. "Se os terroristas não se retirarem ao fim das 150 horas (prazo a partir das 09h de 23 de outubro, segundo o combinado) tomaremos o controle e os expulsaremos", disse o chefe de Estado em discurso transmitido em Istambul, referindo-se aos curdos das Unidades de Proteção Popular (YPG).

Devido ao acordo assinado na terça-feira passada, Moscou deve "facilitar a retirada" das forças curdas e de seu armamento de uma faixa que abarca até 30 quilômetros desde a fronteira turca, no nordeste da Síria. Moscou a Ancara previram iniciar patrulhas. Mesmo com o prazo estipulado no acordo, a Turquia mantém o controle de outra região do nordeste, de 120 quilômetros de extensão, onde o Exército já está presente e que foi conquistada por meio de uma ofensiva lançada em 9 de outubro contra as YPG.

Apesar da ameaça, Erdogan destacou que a Turquia tinha alcançado "em grande medida" seu objetivo de estabelecer uma "zona de segurança" para se proteger de ataques jihadistas do grupo Estado Islâmico e de combatentes curdos das YPG, que Ancara considera "terroristas".

Erdogan também pediu para a comunidade internacional apoiar a Turquia em sua tentativa de estabelecer essa área, onde quer instalar cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios que Ancara atualmente acolhe. Novamente, alertou que "se os projetos que estamos desenvolvendo para permitir a volta de 1 a 2 milhões (de refugiados) não forem apoiados em uma primeira etapa, não teremos opção que não seja abrir nossas portas e deixá-los ir à Europa".


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