Espanha quer prender líder separatista catalão, que está em Copenhague
Procuradoria espanhola pediu a juiz para reativar ordem de detenção ao ex-presidente por rebelião
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14h locais (11h, em Brasília).
Hoje, a Procuradoria espanhola pediu ao juiz encarregado do caso do presidente catalão que reative a ordem de detenção aberta contra ele, indicou uma fonte judicial. "A Procuradoria do Tribunal Supremo solicitou ao magistrado instrutor que envie a ordem europeia de detenção às autoridades dinamarquesas contra Carles Puigdemont pelo delito de rebelião e/ou sedição", indicou o órgão em um comunicado.
O juiz do Tribunal Supremo deverá decidir se acolhe o pedido, formulado após a chegada de Puigdemont à Dinamarca. Ele está na Bélgica, foragido da Justiça espanhola, que o investiga por rebelião e sedição por sua participação na frustrada declaração de independência na Catalunha. Esta é sua primeira viagem desde que se instalou na Bélgica, há quase três meses.
Presidente do Parlamento pede diálogo
Também nesta segunda-feira, o presidente do Parlamento catalão, Roger Torrent, propôs ao chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, um diálogo sobre a situação dos oito deputados separatistas detidos, ou voluntariamente exilados na Bélgica, incluindo Puigdemont.
"Em uma carta assinada hoje mesmo, propus ao presidente do governo espanhol, o senhor Mariano Rajoy, me sentar com ele para analisar e dialogar sobre a situação anômala em que vive o Parlamento, em que oito de seus deputados veem seus direitos políticos feridos", afirmou Torrent em breve conversa com a imprensa, após propor aos deputados a candidatura de Puigdemont à Presidência regional.
Para esse membro da Esquerda Republicana da Catalunha (separatista), uma nova candidatura do presidente catalão afastado por Madri é "absolutamente legítima", ainda que seja procurado pela Justiça espanhola e esteja morando em Bruxelas. A candidatura de Puigdemont é apoiada pelos dois maiores partidos separatistas da Câmara, que contam com 66 cadeiras do total de 135.
Os juristas do Parlamento catalão consideram que uma posse remota seria contra o regulamento da Casa. Oposição e governo já anunciaram que vão contestar essa candidatura na Corte Constitucional. Agora, é necessário que o tema seja inscrito na ordem do dia do Parlamento catalão. O Legislativo deverá debater essa pauta durante uma sessão seguida de votação, que pode levar até dois dias e acontecer no final do mês. Nenhuma data foi anunciada até o momento.