Estado Islâmico está perto de tomar cidade estratégica curda na Síria

Estado Islâmico está perto de tomar cidade estratégica curda na Síria

Centenas de civis fugiram para a Turquia

AFP

Centenas de civis fugiram para a Turquia

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Os jihadistas levaram algumas horas para se apoderar de três quartos da cidade curda síria de Kobane, de onde centenas de habitantes fugiram por medo das atrocidades do grupo Estado Islâmico.

As forças curdas comprometidas com a defesa da cidade conseguiram repelir na madrugada de domingo para segunda-feira um ataque dos combatentes extremistas, mas o grupo conseguiu entrar em Kobane no fim do dia.

Rapidamente, três quartos de Kobane foram invadidos: "eles tomaram o centro industrial e os bairros de Maqtala al-Khadida e Kani Arabane, no leste de Kobane, após violentos combates contra as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG)", declarou à AFP o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, referindo-se a cenas de "guerrilha urbana".

Aterrorizados com o avanço dos jihadistas, conhecidos por suas atrocidades - assassinatos, estupros, sequestros - centenas "de civis vivendo nos bairros do leste fugiram para a vizinha Turquia", afirmou.

No Twitter, as mensagens com a 'hashtag' #SOSKOBANE se multiplicam, com alguns indicando o avanço de curdos da Turquia para a fronteira síria na tentativa de ajudar a cidade.

Em sua página no Facebook, o militante curdo originário de Kobane, Moustafa Ebdi, afirmou que o EI "lançou o ataque graças a suicidas que detonaram seus explosivos".

Algumas horas antes, os ultra-radicais haviam espalhado bandeiras pretas do EI a leste e a sudeste de Kobane, terceira maior cidade curda da Síria conhecida também como Ain al-Arab.

Durante a noite, os combatentes das YPG conseguiram matar 20 combatentes extremistas em uma emboscada enquanto estes tentavam penetrar pela primeira vez em Kobane desde o início de sua ofensiva, em 16 de setembro.

Ataques 'insuficientes
Se conquistarem Kobane, os jihadistas vão se apoderar totalmente de uma longa faixa territorial na fronteira entre Síria e Turquia.

A ofensiva dos jihadistas na região provocou centenas de mortes dos dois lados desde 16 de setembro. Quase 300 mil habitantes fugiram da região e 180 mil deles encontraram refúgio na Turquia.

Em um sinal do desespero das forças curdas, no domingo, uma combatente curda de 20 anos cometeu um atentado suicida contra uma posição do EI a leste da cidade, provocando a morte de "dezenas" de jihadistas, segundo fontes curdas.

"Se for necessário, todos os combatentes das YPG seguirão seu exemplo", advertiu seu movimento.
Na cidade síria de Hassaka, no nordeste, pelo menos 30 combatentes e policiais curdos morreram nesta segunda-feira em um duplo atentado, segundo o OSDH.

Os atentados tinham como alvo duas posições das YPG, nessa cidade dividida entre as forças curdas e as do regime de Bashar al-Assad. Enquanto isso, as forças do governo recuperavam terreno perto da capital . O Exército sírio também retomaram nesta segunda Doukhaniyé, às portas de Damasco.

Austrália, Bélgica e Holanda realizaram nas últimas horas suas primeiras missões aéreas como parte da coalizão.

O ex-chefe do Pentágono, Leon Panetta, alertou que a luta contra o EI "poderia durar 30 anos" e "ameaçar a Líbia, Nigéria, Somália e Iêmen".

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