Estado Islâmico reivindica ataque contra guarda presidencial na Tunísia

Estado Islâmico reivindica ataque contra guarda presidencial na Tunísia

Atentado contra ônibus foi cometido com dez quilos de explosivos

AFP

Essebsi anunciou o restabelecimento do estado de emergência, decretado pela última vez há menos de dois meses

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As autoridades tunisianas decretaram estado de emergência depois de um atentado contra a guarda presidencial, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), nesta quarta-feira. "O autor do ataque é um tunisiano identificado como Abu Abdullah al-Tunissi", que, munido de explosivos, entrou no ônibus e detonou a carga que levava, segundo o texto do EI postado em sites jihadistas. O grupo afirma que 20 pessoas morreram durante a ação, mas, de acordo com o balanço oficial, 12 agentes da guarda presidencial foram vitimados no ataque. Ainda não foi identificado o 13º cadáver, que, segundo as autoridades, poderia se tratar do corpo de um "terrorista".

O atentado contra o ônibus da guarda presidencial foi cometido com dez quilos de explosivo, escondidos em uma mochila ou um cinturão, anunciou, nesta quarta-feira, o ministério do Interior, que não especifica se teria sido realizado por um homem-bomba. 

O Conselho de Segurança Nacional, presidido pelo chefe de Estado Béji Caid Essebsi, iniciou uma reunião com o intuito de "adotar as decisões necessárias para lidar com esta situação". Em um breve discurso, Essebsi anunciou, na noite de terça-feira, o restabelecimento do estado de emergência, decretado pela última vez há menos de dois meses, assim como um toque de recolher para o aglomerado de Tunes desde as 21h até 5h da manhã.

Na manhã desta quarta-feira, o tráfico foi retomado na avenida, mas o lugar do atentado continuou isolado e os especialistas ainda trabalhavam ao redor do ônibus, segundo constatou a AFP. Por trás das barricadas, onde foram depositados ramos de flores, dezenas de cidadãos, segurando bandeiras tunisianas, manifestavam seu apoio às forças de segurança. Tunes enfrenta desde sua revolução, que provocou a queda do regime de Zine el Abidine Ben Ali em janeiro de 2011, o fortalecimento da influência jihadista, responsável pela morte de dezenas de policiais e militares.

Outros ataques do EI

O grupo Estado Islâmico também reivindicou, este ano, dois atentados que causaram 60 mortes, incluindo 59 turistas estrangeiros, na cidade de Sousse em junho e no Museu do Bardo, na capital, em março. Diante deste novo golpe, a imprensa pediu, nesta quarta-feira, pela união nacional e resistência, assim como por "uma nova filosofia" e pela adoção de "medidas especiais" contra o terrorismo.

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