EUA dizem que China e Rússia apoiam sanções ao Irã

EUA dizem que China e Rússia apoiam sanções ao Irã

Washington levantou "questões não respondidas" sobre acordo tripartite fechado entre Brasil, Turquia e Irã

AFP

Washington levantou questões não respondidas sobre acordo tripartite fechado entre Brasil, Turquia e Irã

publicidade

Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que China e Rússia apoiaram o rascunho de um duro plano de sanções da ONU contra o Irã. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, explicou que o rascunho circularia nesta terça-feira na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que inclui Brasil e Turquia – países que fecharam o acordo com o Irã para envio da maior parte do urânio enriquecido do país ao exterior.

Hillary afirmou que Estados Unidos, China e Rússia – três membros permanentes do Conselho de Segurança, com poder de veto – fecharam um acordo, depois de a China ter demonstrado alguma relutância. "Este anúncio é a resposta mais convincente que pudemos dar frente aos esforços feitos em Teerã nos últimos dias", disse a secretária de Estado ao Comitê de Relações Exteriores do Senado.

Hillary reiterou que Washington levantou "um número de questões não respondidas" sobre o acordo tripartite fechado na segunda-feira, mas cumprimentou o que ela chamou de "esforços sinceros" por parte de Turquia e Brasil.  Para os Estados Unidos, a questão principal é se o Irã pretende continuar enriquecendo urânio. Hillary afirmou que Washington e seus aliados "estão pedindo à comunidade internacional a criação de fortes sanções que irão, na nossa visão, enviar uma mensagem clara sobre o que é esperado do Irã".

O Ocidente teme que o programa nuclear iraniano seja um disfarce para um programa com objetivo de obter a bomba atômica. Teerã nega esta tese, afirmando que o plano tem uso energético e é pacífico, insistindo que tem direito em promovê-lo. O Conselho de Segurança da ONU irá reunir-se às 20h GMT (17h de Brasília) para avaliar o tema.

Mais cedo, a China afirmou apoiar o acordo assinado pelo Irã com a Turquia e Brasil para trocar seu urânio levemente enriquecido por urânio altamente enriquecido no território turco, decisão com a qual Teerã esperava evitar sanções da ONU. "Nós apoiamos esse acordo", afirmou o porta-voz do ministro de Relações Exteriores chinês, Ma Zhaoxu. "Nós esperamos que isso ajude a promover um acordo pacífico no que se refere ao tema nuclear iraniano."

O acordo de segunda-feira prevê que o Irã deposite 1,2 mil kg de urânio levemente enriquecido na Turquia em troca de combustível enriquecido a 20% para seu reator nucelar de pesquisas. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta terça-feira que a comunidade internacional apoiasse o acordo.

Mas o presidente francês, Nicolas Sarkozy, cujo país, junto com a Inglaterra, ocupa vaga de membro permanente do Conselho de Segurança, afirmou que apesar de significar um "passo positivo", a decisão precisaria ser acompanhada de uma interrupção do enriquecimento de urânio feito no Irã.

Teerã afirmou nesta terça-feira esperar uma resposta rápida das potências mundiais sobre o acordo, classificado por um jornal estatal iraniano como um "xeque-mate" contra os esforços americanos por novas sanções. Segundo o Ministério de Relações Exteriores iraniano, o Irã notificará a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) do acordo em um documento escrito em até uma semana.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895