EUA e China anunciam acordo comercial sobre carne, gás e serviços financeiros
Medida tem objetivo de reduzir o déficit comercial de Washington com Pequim de até 350 bilhões de dólares
publicidade
Trump, que durante a campanha eleitoral criticou duramente a China, recebeu o presidente Xi no início de abril em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida. Após a reunião, Trump celebrou o que chamou de "progressos espetaculares" na relação China-EUA e prometeu um "plano de ação" de 100 dias para reforçar a cooperação entre os dois países. O texto do acordo estabelece que a China autorizará até o fim de julho as importações de carne bovina americana.
A China suspendeu totalmente as importações de carne bovina dos Estados Unidos em 2003, após a descoberta de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como "mal da vaca louca", no país.
Washington solicitava há vários anos a reabertura do mercado chinês, onde o consumo de carne aumentou de forma espetacular e que os fazendeiros americanos consideram crucial. Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos suprimirá "o mais rápido possível" as restrições à importação de carne de ave chinesa. No campo da energia, Washington autorizará as empresas chinesas a comprar gás natural americano.
"A China não será tratada menos favoravelmente que outros países" que não dispõem de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, estabelece o acordo. Como parte do acordo, Pequim autorizará empresas estrangeiras a oferecer serviços de classificação financeira na China. Também promete "acesso rápido e completo" ao mercado chinês
aos sistemas americanos de pagamento eletrônico. Por fim, a China celebrou o envio de uma delegação americana ao fórum diplomático "Novas Rotas da Seda", que começa no próximo domingo em Pequim. No comunicado, o governo dos
Estados Unidos reconhece a "importância" do fórum.
O acordo China-EUA segue o compromisso de Trump de reduzir o colossal déficit comercial de Washington com Pequim, que em 2016 foi de quase 350 bilhões de dólares.