EUA e Israel se reúnem no Egito para chegar a nova trégua após seis meses de guerra

EUA e Israel se reúnem no Egito para chegar a nova trégua após seis meses de guerra

Biden fez um apelo ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu

AFP

Israel está sob forte pressão internacional para que autorize a entrada de mais ajuda

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Delegações dos Estados Unidos e Israel planejam reuniões no Egito neste fim de semana para tentar chegar a acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, devastada por uma guerra que completa seis meses no domingo (7).

O presidente dos EUA, Joe Biden, fez um apelo ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que faça "todo o possível para garantir a libertação dos reféns". Ele também pediu ao Catar e ao Egito, que atuam na medição do conflito junto aos Estados Unidos, que façam com que o grupo islamista Hamas se comprometa a aceitar um acordo com Israel, disse uma autoridade dos EUA à AFP.

Segundo a imprensa americana, o diretor da CIA, Bill Burns, e o chefe do Mossad israelense, David Barnea, autoridades do Catar e do Egito se reunirão no Cairo.

Há semanas, EUA, Egito e Catar tentam garantir uma trégua temporária e a libertação dos reféns do Hamas em troca de prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.

O conflito eclodiu após o ataque sem precedentes de comandos do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro, no qual mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. Também sequestraram mais de 250 pessoas, das quais 130 ainda estão detidas em Gaza, incluindo 34 que morreram, segundo as autoridades israelenses.

A ofensiva aérea e terrestre lançada por Israel em retaliação já deixou pelo menos 33.137 mortos, principalmente civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza, e deixou os 2,4 milhões de habitantes do território à beira da fome, segundo a ONU.

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"Mãos cobertas com sangue"

O Hamas exige o fim da ofensiva israelense, a retirada das tropas de Israel, o retorno das pessoas deslocadas às suas casas, o aumento da ajuda humanitária e a troca de reféns por prisioneiros palestinos. Já o governo israelense afirma estar determinado a continuar a guerra até "eliminar o Hamas", considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e por Israel.

Neste sábado (6), o Exército israelense anunciou que recuperou, durante a noite em Khan Yunis, no sul de Gaza, o corpo do refém Elad Katzir, que tinha 47 anos quando foi sequestrado no kibutz de Nir Oz.

Segundo a mesma fonte, ele foi morto em cativeiro pela organização terrorista Jihad Islâmica, que participou do ataque de 7 de outubro. Sua mãe, Hanna Katzir, também foi sequestrada, mas foi libertada em 24 de novembro durante uma trégua de uma semana. Seu pai, Avraham, morreu durante o ataque ao kibutz. Após o anúncio, a irmã de Elad criticou os líderes israelenses. Segundo ela, libertá-lo vivo "teria sido possível se um acordo sobre os reféns tivesse sido alcançado a tempo", declarou Carmit Palty Katzir em sua conta no Facebook.

"Primeiro-ministro, gabinete de guerra, membros da coalizão [governamental]. Olhem-se no espelho e digam que suas mãos não estão cobertas com este sangue", acrescentou.

"Insuficientes"

Israel está sob forte pressão internacional para que autorize a entrada de mais ajuda em Gaza, sobretudo após a morte de sete trabalhadores humanitários da ONG World Center Kitchen (seis estrangeiros e um palestino) em um ataque de drones israelenses na segunda-feira. O Exército de Israel admitiu ter cometido "erros graves" neste ataque, alegando que seus soldados acreditaram erroneamente que estavam atacando "agentes do Hamas".

A ajuda, procedente sobretudo do Egito, é rigidamente controlada por Israel e entra aos poucos através da passagem fronteiriça de Kerem Shalom, entre o território israelense e o sul de Gaza.

Na sexta-feira, Israel anunciou planos para abrir "temporariamente" outras passagens de fronteiras para entregar mais ajuda, bem como um "aumento" da mesma através de Kerem Shalom.

Os Estados Unidos disseram esperar "resultados" rápidos no terreno, enquanto o chefe da ONU, António Guterres, classificou as medidas como "insuficientes".


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