EUA e Reino Unido retomam discussões sobre relação comercial

EUA e Reino Unido retomam discussões sobre relação comercial

Os Estados Unidos prometeram "medidas concretas para melhorar as relações comerciais" com o Reino Unido

AFP

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Os Estados Unidos prometeram "medidas concretas para melhorar as relações comerciais" com o Reino Unido, no primeiro dia de negociações com o parceiro histórico para aprofundar o comércio bilateral.

"Estou otimista e entusiasmada sobre como podemos evoluir as relações comerciais" entre os dois países para o século XXI, declarou a representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, em Baltimore, cidade histórica e porto localizado no estado de Maryland, onde as partes irão debater até terça-feira. Pouco depois de chegar à Casa Branca, o presidente Joe Biden pôs um fim à disputa comercial pelas tarifas impostas aos fabricantes Airbus e Boeing.

Mais tarde, seu governo lançou negociações para acabar com as tarifas sobre o aço e o alumínio britânicos, uma disputa comercial herdada da era Trump. A ministra britânica do Comércio Internacional, Anne-Marie Trevelyan, acredita que houve "progressos positivos" nesta questão. "Isso nos permitirá abrir caminho para focar nas próximas etapas do relacionamento" entre os dois países, acrescentou.

Em Baltimore, no entanto, Tai e Trevelyan não abordarão os méritos da disputa, disse anteriormente uma autoridade americana que pediu anonimato.

Na segunda-feira, Tai e Trevelyan disseram que discutiriam uma série de questões, incluindo a redução de gargalos nas cadeias de suprimentos globais, descarbonização de suas economias, promoção do comércio digital e apoio à força de trabalho doméstica, bem como direitos trabalhistas, um assunto ao qual o governo Biden atribui grande importância.

"Buscamos estreitar ainda mais os laços comerciais e de investimento", afirmou Trevelyan, que lembrou que os dois países têm "laços profundos em todos os níveis da sociedade, cultura, defesa, inteligência e economia".

Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Reino Unido. E os dois países estão particularmente interconectados quando se trata de comércio de serviços e investimentos estrangeiros diretos. No total, seu comércio representa cerca de 263 bilhões de dólares (200 bilhões de libras) por ano.

"E um milhão e meio de britânicos trabalham todos os dias em empresas americanas, e mais de um milhão de americanos trabalham todos os dias em empresas britânicas", lembrou a ministra britânica.

Sem acordo imediato

Essas negociações, que antecedem outras conversas que acontecerão "no final da primavera (boreal)", em data ainda a ser definida, não levarão a um grande acordo comercial bilateral.

Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, Londres negociou acordos em todas as áreas para impulsionar seu comércio internacional e, em particular, fortalecer seus laços com os Estados Unidos.

Mas enquanto o governo do ex-presidente Donald Trump (2017-2021) estava disposto a forjar um novo acordo bilateral e até mesmo lançou um processo de negociação, o governo do democrata Joe Biden parece não ter pressa. "É importante lembrar que os acordos (comerciais) nada mais são do que uma ferramenta à nossa disposição", declararam autoridades americanas sob condição de anonimato.

Os funcionários argumentaram que certas ferramentas comerciais projetadas "há muitas décadas" não são necessariamente adequadas para enfrentar os desafios globais que os países enfrentam hoje.

As negociações estão ocorrendo em um momento em que a invasão russa da Ucrânia está causando estragos. Não haverá anúncio de novas sanções contra Moscou, embora os lados levantem a questão, disseram as fontes. "Muitas das sanções dizem respeito a outros ministérios do governo dos EUA", explicaram.

Em vez disso, as discussões se concentrarão amplamente nas "muitas maneiras pelas quais podemos buscar nossos interesses comuns contra a Rússia e a China", disseram, sem dar detalhes. 


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