EUA executa condenado de 72 anos
Brandon Jones recebeu injeção letal em prisão estatal da Geórgia
publicidade
Este afroamericano passou 36 anos atrás das grades pelo assassinato em 1979 de um funcionário branco de um posto de gasolina. Seus advogados tentaram até o último minuto suspender a execução, inclusive com um recurso ante a Suprema Corte dos Estados Unidos. Mas seus esforços foram em vão.
Os críticos denunciaram este caso como um exemplo da dupla punição imposta a alguns condenados à morte, que passaram décadas confinados sozinhos tendo a morte como única expectativa. Além disso, seus opositores consideram que muitos condenados foram sentenciados em um período no qual não podiam contar com uma defesa satisfatória e que se fossem julgados atualmente o veredicto seria diferente.
"O caso de Jones levanta questionamentos sobre a proporcionalidade e a aplicação discriminatória da pena de morte", denunciou em um comunicado o Centro de Informação sobre a Pena de Morte. "Ele e seu coacusado Van Solomon - ambos afroamericanos -, foram condenados à morte (...) por matar um vendedor branco em um posto de gasolina durante um roubo". "Jones negou ter atirado nele e a acusação nunca determinou quem fez o disparo fatal", segundo a nota.
Solomon morreu na cadeira elétrica em 1985.
Durante as décadas que passou atrás das grades, Jones leu muito e se tornou conhecido por seus textos sobre a vida na prisão e questões raciais. Atualmente, 75 homens estão no corredor da morte na Geórgia. No ano passado o estado suspendeu as execuções durante vários meses devido a uma polêmica sobre as substâncias usadas nas injeções letais. Os Estados Unidos executaram 28 pessoas no ano passado, o número mais baixo desde 1991.