EUA registra recorde de casos diários de Covid-19

EUA registra recorde de casos diários de Covid-19

Média de 265.427 superou o número de infecções alcançado durante a terceira onda, em janeiro de 2021

AFP

publicidade

Em meio à quinta onda da Covid-19, relacionada com a variante ômicron, os Estados Unidos registraram, nas últimas 24 horas, uma média recorde de 265.427 novos casos diários. A informação foi divulgada pela Universidade Johns Hopkins nesta quarta-feira.

Nos últimos sete dias, a média diária de novos casos superou o recorde de 251.989 infecções alcançado durante a terceira onda, em janeiro de 2021. A ômicron já é a variante dominante nos Estados Unidos, de acordo com os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC). Foi responsável por em torno de 59% dos novos casos na semana que terminou em 25 de dezembro.

A agência federal de saúde pública revisou drasticamente para baixo suas estimativas da semana anterior (encerrada em 18 de dezembro): de 73% de ômicron para 22,5% (dado correto). "Recebemos mais dados sobre este período, e houve uma redução na proporção de ômicron", disse uma porta-voz do CDC à AFP. Ela ressaltou, porém, que "é importante notar que continuamos vendo um aumento contínuo na proporção de ômicron".

A curva de novas infecções caiu entre o início de setembro e o final de outubro depois de uma quarta onda causada pela variante delta. Voltou a subir, há dois meses, e agora disparou, com a ômicron, uma variante altamente contagiosa.  "Será uma onda rápida, mas muito difícil", tuitou o epidemiologista da Universidade de Harvard Michael Mina na terça-feira. 

Mina afirmou ainda que o registro de infecções é apenas a "ponta do iceberg", devido à quantidade de casos não detectados, ou não declarados. No momento, a curva de internações também está aumentando, com cerca de 9.000 entradas diárias de novos pacientes com Covid-19 nos Estados Unidos.

De qualquer modo, indicam os dados do CDC, ainda se está longe das 16.500 hospitalizações registradas no início de janeiro de 2021. Hoje, cerca de 1.200 pessoas morrem de Covid-19, em média, todos os dias no país. Há um ano, o teto era de cerca de 3.400 óbitos.

Recorde no mundo

A pandemia de Covid-19 registrou um recorde de casos no mundo nos últimos sete dias. Tudo isso devido à variante ômicron, altamente contagiosa e que representa um risco "muito elevado", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com 935.863 novos casos por dia em média na última semana, segundo o balanço da AFP elaborado com base em informações oficiais, o vírus circula, atualmente, a uma velocidade sem precedentes.

O número é consideravelmente maior que o recorde anterior, registrado entre 23 e 29 de abril, com 817.000 casos diários em média, e representa uma alta de 37% na comparação com a semana antecedente.  "O risco global relacionado com a nova variante de preocupação ômicron permanece muito elevado", alertou a OMS em seu relatório epidemiológico semanal.  O documento destaca que o número de casos dobra a cada "dois a três dias".

Novas restrições

A variante ômicron parece provocar menos hospitalizações que a delta, até então dominante, de acordo com os primeiros estudos. Alguns cientistas destacam, contudo, que o maior número de contágios pode anular a vantagem de uma variante menos perigosa.

Na terça-feira, Catherine Smallwood, uma das principais especialistas da OMS na Europa, declarou à AFP que a rápida propagação da ômicron "provocará um grande número de hospitalizações, principalmente entre os não vacinados".

Com uma pandemia novamente em aceleração, os governos tentam encontrar um equilíbrio entre o controle da propagação e a contenção dos danos econômicos.

A Finlândia proibiu a entrada de viajantes estrangeiros não vacinados. Suécia, Dinamarca e Áustria exigem que os viajantes não residentes apresentem testes negativos e o comprovante de vacinação. A França limitará a validade do "passaporte sanitário" às pessoas vacinadas.

Além disso, o governo francês anunciou o recurso obrigatório do teletrabalho "sempre que possível" e o fechamento das casas noturnas por mais três semanas.  A Alemanha implementará novas restrições, incluindo a limitação das reuniões a dez pessoas entre vacinados, e a apenas duas, entre não vacinados, assim como o fechamento de casas noturnas e eventos esportivos sem a presença de torcedores.

A China, que enfrenta um foco epidêmico a 40 dias dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, determinou o confinamento de dezenas de milhares de pessoas na terça-feira. Depois que a cidade de Xi'an (norte) entrou em um "lockdown" rigoroso na semana passada, dezenas de milhares de residentes de um distrito da cidade de Yan'an, a 300 quilômetros de Xi'an, iniciaram o confinamento na terça-feira.

Muitas ligas esportivas foram afetadas pelo aumento de casos entre os atletas: da Premier League à Liga espanhola de futebol, passando pelas principais ligas dos Estados Unidos, onde os contágios se aproximam do recorde histórico.

A pandemia de Covid-19 provocou mais de 5,4 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais. A OMS acredita, no entanto, que o número real pode ser entre duas e três vezes superior a este total.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895