EUA suspendem parte da ajuda militar ao Paquistão
Relação entre os dois países é turbulenta desde o ataque que matou Bin Laden
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A secretária de Estado americana Hillary Clinton havia alertado no mês passado que os Estados Unidos reduziriam a ajuda militar ao Paquistão a menos que este país adotasse medidas concretas para colaborar com os Estados Unidos.
Um assessor do presidente Barack Obama evocou a deterioração das relações entre os dois países depois da eliminação do chefe da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, em um ataque de um comando americano dentro do Paquistão em 2 de maio passado. Islamabad, que afirma que este ataque constituiu uma violação de sua soberania territorial, reagiu ordenando a partida de conselheiros militares americanos.
Recentemente, houve um aumento das pressões em Washington sobre a administração Obama - que forneceu 2,7 bilhões de dólares em assistência de segurança no ano passado a Islamabad - para diminuir essas ajudas.
De acordo com o New York Times, cerca de 800 milhões de dólares em ajuda militar e equipamento, ou mais de um terço dos mais de 2 bilhões de dólares anuais de assistência americana ao Paquistão, podem ser afetados pela suspensão.
Questionado pela ABC sobre a informação, Daley não informou os números, mas confirmou que parte da ajuda militar estava sendo suspensa. "A verdade em relação a essa questão é que nosso relacionamento com o Paquistão está muito complicado", disse. "Obviamente o sistema político no Paquistão está sofrendo por conta do ataque que promovemos para capturar Osama bin Laden. Foi algo que o presidente sentiu fortemente. Mas nós não nos arrependemos."
O New York Times informou que a ajuda suspensa incluía cerca de 300 milhões de dólares para reembolsar o Paquistão por alguns dos custos da mobilização de mais de 100 mil soldados para a fronteira afegã, assim como centenas de milhões de dólares em assistência para treinamento e equipamento militar. A decisão ocorre em meio a um debate na administração Obama sobre qual seria a melhor forma de mudar o comportamento de um dos mais importantes aliados antiterroristas americanos, de acordo com o jornal.
"O relacionamento com o Paquistão é difícil, mas será trabalhado com o tempo. Mas até nós superarmos essas dificuldades, seguraremos parte do dinheiro que os contribuintes americanos se comprometeram a dar", disse Daley.