Exército liberta 600 reféns argelinos em campo de gás
Resgate ocorreu a 40 km de ataque militar que matou 49 pessoas em outra instalação
publicidade
O ataque que vitimou quase 50 pessoas mais cedo ocorreu sequestradores tentavam transportar uma parte dos reféns. Na operação, quatro reféns estrangeiros, dois britânicos, um queniano e um francês, foram libertados, informou a Agência Nacional APS.
Além disso, sete outros reféns continuam vivos. "Três belgas, dois americanos, um japonês e um britânico" sobreviveram ao ataque dos aviões argelinos contra o local de detenção", anunciou um porta-voz do grupo extremista, citado pela agência de notícias mauritana Nouakchott Information (ANI).
BP vai retirar trabalhadores da Argélia
Nesta quinta, o grupo petrolífero britânico BP anunciou que retirará da Argélia "um grupo de trabalhadores não-essenciais", mas não informou o número exato de trabalhadores. "A situação ainda é incerta" no campo de In Amenas, onde o exército argelino tenta retomar o controle, declarou a BP em um comunicado, sem poder confirmar a existência de vítimas.
O grupo britânico se apresenta como o maior investidor estrangeiro na Argélia. Está presente nos campos de exploração de gás de In Salah, 1.200 km ao sul de Argel, no Saara, e em In Amenas, onde são mantidos os reféns.
O exército argelino lançou ontem à tarde uma operação para libertar os sequestrados, detidos desde quarta-feira no campo, perto da fronteira com a Líbia, no centro-leste da Argélia. A instalação de In Amenas, explorada pela BP, o norueguês Statoil e o argelino Sonatrach, está localizada 1,3 mil quilômetros a sudeste de Alger, perto da fronteira com a Líbia.
"Cruzada contra franceses no Mali"
A capital Argel excluiu qualquer negociação com os sequestradores, que asseguraram reagir "à cruzada realizada pelas forças francesas no Mali" e exigiram "o fim desta agressão". Um britânico e um argelino foram mortos na quarta-feira no ataque extremista contra o campo.
Os sequestradores se apresentam como os "Signatários pelo sangue", nome da katiba (unidade combatente) do argelino Mokhtar Belmokhtar, conhecido como "Senhor Malboro" por seu suposto tráfico de cigarros, recentemente destituído pela Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi).
Os extremistas afirmaram vir do Mali, a mais de 1,2 mil quilômetros de distância, mas o ministro argelino do Interior negou esta informação, afirmando que eles vieram da região e pareciam querer "sair do país com os reféns, o que não é aceitável". Segundo um funcionário do campo de gás, que pediu anonimato e diz ter ouvido uma conversa entre os argelinos e os sequestradores, os extremistas "exigiam a libertação de 100 terroristas presos na Argélia para libertar seus reféns".