Ex-diretor da usina de Fukushima está com câncer

Ex-diretor da usina de Fukushima está com câncer

Empresa nega que exposição na usina tenha causado doença

AFP

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O ex-diretor da usina nuclear de Fukushima, que deixou o trabalho na semana passada, está com câncer de esôfago, informou nesta sexta-feira a empresa Tepco. A instituição acrescentou que é improvável que a doença esteja relacionada com exposição à radioatividade. Masao Yoshida, de 56 anos, passou a dirigir a usina depois que o terremoto e o tsunami de 11 de março provocaram o derretimento do reator. Em novembro, ele foi subitamente hospitalizado.

A operadora da usina, Tokyo Electric Power Co. (Tepco), não especificou na época a razão pela qual ele foi levado ao hospital, em meio a especulações de que a internação poderia estar relacionada com a exposição à radioatividade. Mas segundo a porta-voz da empresa, Ali Tanaka, durante visita à usina nesta sexta-feira, "o próprio Yoshida revelou que tem câncer de esôfago", enquanto conversava com os funcionários.

"Ele ficou preocupado com a especulação na imprensa sobre sua doença. Ele queria se concentrar em seu tratamento tranquilamente, mas decidiu revelar do que se trata para acabar com as especulações", revelou. A Tepco acredita que é "extremamente improvável que a doença tenha sido causada por exposição a radiação", afirmou, citando o parecer de um médico do Instituto Nacional de Ciências Radiológicas.

Exposição à radiação em Fukushima seria insuficiente para causar câncer, explica médico

Segundo o médico, citado pela porta-voz, para provocar câncer no esôfago, seria necessário uma exposição à radioatividade durante pelo menos cinco anos e 10 anos para desenvolver a doença. A exposição cumulativa de radiação de Yoshida foi de 70 millisieverts desde 11 de março, segundo a Tepco, um nível abaixo do limite recomendado para socorristas.

O governo estabeleceu em 100 millisieverts o limite para os trabalhadores que atuam em operações de emergência em usinas nucleares japonesas, mas elevou este limite para 250 durante a crise no reator nº 1 da usina de Fukushima. O limite foi novamente rebaixado para 100 para aqueles que entraram nas operações de Fukushima a partir de 1º de novembro.

A Tepco se recusou a dar maiores detalhes sobre a saúde de Yoshida, inclusive se ele se submeteu a uma cirurgia ou o tratamento que vem seguindo.

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