Ex-presidente sul-africano Zuma acusa seu sucessor de corrupção e traição

Ex-presidente sul-africano Zuma acusa seu sucessor de corrupção e traição

Ex-diretor do serviço de espionagem nacional Arthur Fraser apresentou queixa à polícia.

AFP

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Jacob Zuma, ex-presidente da África do Sul acusado de corrupção, acusou neste sábado (22) seu sucessor Cyril Ramaphosa de traição após o escândalo do roubo de dinheiro em sua fazenda. Em sua primeira reação sobre as acusações de que Ramaphosa teria ocultado um roubo milionário de dinheiro na sua fazenda de luxo, Zuma afirmou que o "presidente é corrupto".

"Seu presidente cometeu traição", disse em uma entrevista coletiva em Johannesburgo. "Nenhum presidente deve fazer negócios privados enquanto estiver no cargo", acrescentou. "É incoerente com o juramento do cargo. Os problemas do nosso país são grandes demais para um presidente que se dedica a fazer negócios à parte", destacou.

O escândalo explodiu em junho, depois que o ex-diretor do serviço de espionagem nacional Arthur Fraser apresentou queixa à polícia. Ele alegou que ladrões invadiram Phala Phala, a fazenda de Ramaphosa localizada no nordeste do país, e roubaram US$ 4 milhões em dinheiro, escondidos dentro de móveis.

Fraser, que é aliado de Zuma, alegou que Ramaphosa escondeu o roubo da polícia e das autoridades fiscais. Em vez de entrar em contato com as autoridades do setor de segurança, ele teria organizado o sequestro e interrogatório dos ladrões, e depois os subornou para que ficassem em silêncio.

O presidente reconheceu o roubo, mas nega as acusações de sequestro e suborno. Ele diz ter denunciado o roubo à polícia. Ramaphosa também negou a quantia em dinheiro citada. Ele afirmou que o dinheiro era procedente da venda legítima de animais da sua fazenda.

A polícia e a comissão anticorrupção sul-africana abriram investigações, mas Zuma afirma que "o silêncio foi mantido sobre os muitos crimes vinculados ao atual presidente".


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