Ex-preso de Guantánamo entra no Brasil via Uruguai
Jihad Ahmad Diyab não passou pelos controles de fronteiriços uruguaios
publicidade
A informação tinha sido gravada por um programa de TV local na noite de quarta-feira, e o ministro deu a confirmação oficial. Jihad Ahmad Diyab, de origem síria, chegou ao Uruguai com outros cinco ex-presos mediante um acordo com os Estados Unidos. Os homens têm status de refugiados no país sul-americano.
Bonomi recordou ao jornal que, em função desse status, o cidadão sírio pode sair do país quando quiser, mas sustentou que o Brasil pode "não recebê-lo legalmente" e enviá-lo de volta para o Uruguai. "É um problema do Brasil", disse o ministro ao "El Observador".
Diyab nunca se mostrou cômodo com sua situação no Uruguai, para onde buscou levar sua família. Ele fez diversos atos de protesto em frente à embaixada dos Estados Unidos em Montevidéu e foi o único dos seis ex-detentos que não assinou o convênio com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) para residir no Uruguai. Em 2015, ele tentou viajar para o Catar, mas teve o visto negado.
Acusado de terrorismo e de integrar uma das células terroristas da Al Qaeda, Diyab passou 12 anos em Guantánamo. Há pouco mais de um ano, o então presidente uruguaio, Jose Mujica, reconheceu que os ex-prisioneiros que haviam vindo de Guantánamo três meses antes estavam com problemas de adaptação ao Uruguai.