Ex-primeiro ministro do Paquistão recebe ordem de prisão
Parlamentar é envolvido no esquema de offshores que ficou conhecido como "Panama Papers"
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O ex-premier não retornou ao Paquistão desde o seu indiciamento. Atualmente está na Arábia Saudita, depois de visitar a esposa em Londres, onde ela passa por um tratamento contra o câncer, segundo a imprensa paquistanesa. Zafir Khan informou que uma audiência com Sharif foi adiada para 3 de novembro.
A Suprema Corte destituiu Sharif em julho, quando ele estava em seu terceiro mandato de chefe de Governo, depois das revelações sobre os luxuosos imóveis do ex-premier comprados por meio de contas off-shore. O escândalo explodiu após a publicação dos "Panama Papers", documentos de um escritório de advocacia panamenho que mostravam os esquemas financeiros de seus clientes, entre eles Sharif, para evitar impostos ou esconder fortunas.
A imprensa paquistanesa criticou na ocasião o luxuoso estilo de vida e as propriedades da família em Londres. A filha do ex-primeiro-ministro, Maryam, e seu genro foram indiciados nesta quinta-feira por corrupção, segundo uma fonte do governo. Sharif foi obrigado a renunciar ao mandato de primeiro-ministro, assim como a sua cadeira de deputado por Lahore. Em uma série de discursos ele criticou a sentença. Ele designou o ex-ministro do Petróleo Shahid Khaqan Abbasi para sucedê-lo à frente do governo. E escolheu seu irmão, Shahbaz Sharif, atual governador da província de Punjab, como seu sucessor político.
Mas a menos de um ano das eleições legislativas, os irmãos já demonstram divergências e a unidade do partido governista registra fissuras cada vez maiores. O partido tem dois lados definidos: um defende Nawaz Sharif, apesar dos processos contra ele, e o outro considera que Shahbaz está em melhores condições para vencer a batalha eleitoral.
Nos 70 anos de história do Paquistão, nenhum dos 15 primeiros-ministros do país conseguiu completar os cinco anos de mandato. Sharif se viu obrigado em três oportunidades a deixar o cargo. A primeira aconteceu após um escândalo de corrupção, a segunda por um golpe de Estado e a terceira por decisão da Suprema Corte, em consequência das suspeitas de corrupção.