Farc pede "intervenção" da ONU diante de descumprimento de acordo de paz

Farc pede "intervenção" da ONU diante de descumprimento de acordo de paz

Líder da guerrilha manifesta seu "alarme pela forma como o Estado colombiano atua em matéria de implementação dos acordos"

AFP

Líder da guerrilha manifesta seu "alarme pela forma como o Estado colombiano atua em matéria de implementação dos acordos"

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O chefe das Farc, o partido político surgido da guerrilha comunista na Colômbia, pediu nesta sexta-feira a "intervenção" da ONU diante do "descumprimento estatal" do acordo de paz firmado há um ano com o governo. Em carta aberta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o líder das Farc Rodrigo Londoño (Timochenko) manifesta seu "alarme pela forma como o Estado colombiano atua em matéria de implementação dos acordos".

Na terça-feira, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, advertiu durante visita à Colômbia que a comunidade internacional não aceitará de Bogotá o descumprimento do "compromisso essencial" que permite sua participação no processo político.

Feltman "pode constatar pessoalmente o descumprimento estatal do acordo" de paz, assinala Timochenko em sua carta, na qual pede "a intervenção das Nações Unidas e de seu Conselho de Segurança".

A reincorporação dos membros da extinta guerrilha, a situação de segurança nas antigas zonas de conflito e as incertezas legais para os membros da Força Alternativa Revolucionária do Comum (nome do partido derivado das Farc) são preocupações críticas para os 7 mil ex-combatentes que depuseram as armas, segundo Londoño.

O dirigente reprovou os atrasos na legislação-chave em matéria de participação política e da Jurisdição Especial para a Paz (JEP), coluna vertebral dos acordos.

A Corte Constitucional avalizou na terça-feira a forma de implementação do acordo, incluindo a participação política dos ex-guerrilheiros, desde que cumpram com suas obrigações previstas na JEP, que julgará os crimes mais graves cometidos durante mais de meio século de conflito armado.

As Farc consideram que a Corte Constitucional introduziu em sua decisão modificações ao acordo firmado entre a guerrilha e o governo do presidente Juan Manuel Santos, em novembro de 2016. Na terça-feira, Santos advertiu que "a esta altura alguns pretendem proibir as Farc de entrar na política sem antes ser julgada pela JEP, e não foi isto que se acertou".

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