Farcs celebram último aniversário como grupo armado na Colômbia
Processo de desarmamento deve terminar no fim do mês
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O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) acompanhou a mensagem de uma foto tirada em Caño Indio, departamento (estado) de Norte de Santander (nordeste), um dos 26 pontos do país onde se concentra a guerrilha marxista em cumprimento ao processo de desarmamento, que deve terminar no fim do mês, embora as duas partes tenham admitido demoras.
Me siento feliz de poder compartir esta fecha con mis camaradas en la hermosa región del Catatumbo colombiano. #FARC53Años pic.twitter.com/hIkM5XzaXC — Rodrigo Londoño (@TimoFARC) 27 de maio de 2017
Antes de partir definitivamente para a Colômbia saindo de Cuba, país sede e avalista dos diálogos, Timochenko se reuniu com o presidente cubano, Raúl Castro, que reiterou seu apoio ao processo de paz, noticiou neste sábado a Agência Cubana de Notícias. "Celebrar 53 anos é um feito enorme", disse o comandante guerrilheiro Ricardo Téllez ("Rodrigo Granda"), durante coletiva de imprensa em Bogotá, a respeito do aniversário da principal e mais antiga guerrilha do continente, surgida em 1964, após um levante de camponeses.
Enquanto isso, o guerrilheiro Andrés París afirmou que este jubileu "significa o fim de uma longa luta" e "o começo de outra": o da transformação em um movimento político legal, como estabelece o pacto firmado com o governo de Juan Manuel Santos, após quatro anos de negociações em Havana.
Em Bogotá, as Farc, apontadas como responsáveis por milhares de homicídios, sequestros, torturas e deslocamentos, comemoraram s 53 anos com um concerto e a leitura de um manifesto que reivindicou algumas de suas bandeiras. "Nossa marcha é irreversível rumo à paz e à reconciliação", afirmou Iván Márquez, chefe das negociações das Farc, que em nome da guerrilha voltou a pedir perdão "pelas afetações" que tenham podido causar em meio século de conflagração.
Nas zonas onde se reúnem seus quase sete mil combatentes para se desarmar, sob supervisão da ONU, foram realizados atos culturais em que lembraram seus líderes históricos, como os fundadores Manuel Marulanda ("Tirofijo"), morto em 2008 de supostas causas naturais, e Jacobo Arenas, morto de um infarto em 1990.
A Colômbia vive um conflito armado que, durante meio século confrontou guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado, deixando 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 7,1 milhões de deslocados. O governo busca a "paz completa", razão pela qual instalou diálogos em fevereiro com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), único grupo rebelde ativo do país.
En la ZVTN Juan Carlos Castañeda en Remedios, Antioquia, los y las guerrilleras celebran con alegría y esperanza los #FARC53Años. pic.twitter.com/Rg1rtsBIJO — Rodrigo Londoño (@TimoFARC) 27 de maio de 2017
Recibo con gran júbilo el cariño del pueblo colombiano que a estas horas festeja junto a nosotros la paz. #FARC53Años pic.twitter.com/E8SCzSzwR2 — Rodrigo Londoño (@TimoFARC) 27 de maio de 2017