Fernando Lugo diz que acatará julgamento, mas lutará por democracia

Fernando Lugo diz que acatará julgamento, mas lutará por democracia

Em entrevista à rádio argentina, presidente paraguaio afirma que processo é "golpe parlamentar disfarçado"

AFP

Presidente uruguaio Fernando Lugo corre risco de perder o cargo

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O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ameaçado de ser destituído, afirmou nesta sexta-feira em entrevista à Rádio 10 argentina que vai acatar o julgamento político votado no Congresso paraguaio, mas advertiu que vai estimular uma resistência para o futuro da democracia no país". "É preciso acatá-lo (o julgamento político), é um mecanismo constitucional, mas a partir de outras instâncias organizacionais certamente decidiremos impor uma resistência para que o âmbito democrático e participativo do Paraguai vá se consolidando", afirmou Lugo.

O ex-bispo de 61 anos, eleito em 2008, apresentou nesta sexta-feira uma ação de inconstitucionalidade à Suprema Corte de Justiça contra o processo de impeachment votado na véspera pela Câmara dos Deputados, anunciou o seu advogado. "Não é mais um golpe de Estado contra o presidente, é um golpe parlamentar disfarçado de julgamento legal, que serve de instrumento para um impeachment sem razões válidas que o justifiquem", assegurou o chefe de Estado.

Os legisladores do país acusam Lugo de mau desempenho de suas funções durante um confronto envolvendo trabalhadores sem-terra e policiais, ocorrido na sexta-feira da semana passada em uma fazenda no Nordeste do país. O conflito deixou 17 pessoas mortas.

Lugo afirmou ter recebido ligações de apoio de seus homólogos Hugo Chaves, da Venezuela, Rafael Correa, do Equador, Evo Morales, da Bolívia, de Cristina Kirchner, da Argentina e da presidente brasileira Dilma Rousseff. "O Paraguai deve saber que não é uma ilha e que o processo de integração baseia-se em compromisso mútuo", argumenta.

Na quinta-feira à noite, os oito principais ministros das Relações Exteriores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram ao Paraguai com a missão de defender o presidente uruguaio. Lugo já anunciou que não irá se candidatar às eleições de abril de 2013. Anteriormente conhecido como o "bispo dos pobres", foi eleito com o apoio de uma coalizão de partidos, principalmente de esquerda.

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