FHC diz que Honduras tomou sua decisão nas urnas

FHC diz que Honduras tomou sua decisão nas urnas

Ex-presidente afirmou que os Estados Unidos e a América Latina "têm que se adaptar" à situação

AFP

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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmou, em palestra nesta quinta-feira, que os Estados Unidos e a América Latina "têm que se adaptar" à situação em Honduras, onde o povo já tomou sua decisão nas urnas. "Se os hondurenhos acreditam que seu governo é legítimo e essa crença não veio das forças armadas, mas do voto, temos que nos acomodar a essa situação", afirmou FHC à imprensa, estimando que não há como não reconhecer o novo governo de Honduras porque "não há alternativa".

"Se insistirmos em negar os resultados das eleições, qual é a solução? Enviar um exército?", disse FHC, durante palestra no centro de debate Diálogo Interamericano.

O Brasil lidera o grupo de países latino-americanos que rejeitam as eleições de 29 de novembro em Honduras, ainda reconhecendo como presidente o deposto Manuel Zelaya, refugiado na embaixada brasileira de Tegucigalpa.
Mas Fernando Henrique Cardoso advertiu que o novo governo de Porfirio Lobo, que assumirá no dia 27 de janeiro, deva evitar "um massacre à oposição".

"A diplomacia latino-americana e a dos Estados Unidos tem que deixar claro ao novo governo que não pode deixar de levar em consideração o governo Zelaya, que também teve sua legitimidade, além de construir novas bases para o futuro democrático", disse o ex-presidente, que governou o Brasil de 1995 a 2003.

FHC também estimou que as "esperanças" da América Latina abertas com a chegada ao poder do presidente americano Barack Obama devem concretizar-se, sem dependência das ações unilaterais de Washington. Segundo ele, "alguns países da América Latina têm força suficiente para não depender do que os outros façam". "Quanto mais pudermos fazer por nós mesmos, mais o resto do mundo nos olhará com atenção", disse.

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