Filho de Kadhafi entra no Níger

Um dos filhos de Muammar Kadhafi, Al-Saadi Kadhafi, entrou no território do Níger no final de semana e nesta segunda-feira estava a caminho da capital do país, Niamey, informou um funcionário do governo nigerino. O homem de 38 anos é uma das figuras mais importantes do regime de Kadhafi a fugir para o país.

A divulgação da informação deve elevar a pressão sobre o Níger, cujo governo prometeu entregar qualquer pessoa procurada pelo Tribunal Penal Internacional, o que inclui Kadhafi e outro de seus filhos. Mas o governo não disse se vai entregar outras pessoas ligadas a ele, como al-Saadi, que são procuradas pelo novo governo interino da Líbia, mas não são procurados pelo tribunal internacional.

O Níger parece ter se tornado a única saída para os membros do círculo interno de Kadhafi. Depois que a mulher e alguns dos filhos foram para a Argélia, a fronteira com o país foi fechada. É improvável que as pessoas ligadas ao líder líbio fujam para o Egito, a leste, porque teriam de passar por território dominado pelos rebeldes. E a fronteira com o Chade é difícil de ser cruzada.

A fronteira entre a Líbia e o Níger é vasta e impossível de ser patrulhada pelos militares nigerianos mal equipados. Desde a semana passada, vários comboios com integrantes do regime líbio percorreram as dunas que separam os países. A chegada de al-Saadi indica que até mesmo a família de Kadhafi escolheu o Níger como melhor opção para se esconder.

"Ninguém ligou para nós para nos dizer que essas pessoas estavam chegando", disse o porta-voz do governo Morou Amadou nesta segunda-feira. "Nós os interceptamos enquanto eles estavam no sul e se depararam com nossas patrulhas. Permitimos que eles entrem por razões humanitárias, já que não podemos mandá-los de volta para uma zona de guerra.

A chegada do filho também originou especulações de que o próprio Kadhafi poderia eventualmente seguir para o Níger.
O primeiro-ministro nigerino, Brigi Rafini, disse hoje que 32 integrantes do círculo interno de Kadhafi, incluindo al-Saadi, já chegaram ao país desde 2 de setembro.