Fumaça de incêndios florestais no Canadá encobre Nova York

Fumaça de incêndios florestais no Canadá encobre Nova York

País registrou 150 focos ativos

AFP

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Tendo se tornado o epicentro dos incêndios florestais que assolam grande parte do Canadá, a província de Quebec aguarda impacientemente a chegada de reforços internacionais para combater o incêndio, enquanto a fumaça dos 150 incêndios chega aos Estados Unidos.

Este evento é "outro sinal preocupante de como a crise climática afeta as nossas vidas", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na quarta-feira.

Depois de Alberta e Nova Escócia, Quebec enfrenta incêndios "nunca antes vistos". Atualmente, há 150 ativos e uma centena deles está fora de controle. E nenhuma chuva forte é esperada antes de segunda-feira.

"Com as tropas que temos, podemos cobrir cerca de 40 incêndios ao mesmo tempo, mas há 150 ativos", disse o primeiro-ministro de Quebec, François Legault. "Temos que atender o que é urgente", acrescentou.

Quebec mobilizou centenas de pessoas para combater o incêndio e espera chegar a 1.200 com a ajuda internacional, principalmente com a chegada dos bombeiros franceses.

"Vemos que estamos no pior ano que já tivemos e os nossos recursos estão no limite", declarou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, destacando a necessidade de se preparar melhor para "esta nova realidade". 

Neblina laranja em Nova York 

A nova realidade atinge duramente o nordeste dos Estados Unidos. Em Nova York, a Estátua da Liberdade e os arranha-céus de Manhattan ficaram imersos em uma névoa laranja e marrom, enquanto máscaras, vestígios da pandemia, reapareceram nas ruas.

A visibilidade é tão complexa que a Agência de Aviação Civil dos Estados Unidos (FAA) desacelerou as viagens aéreas e até imobilizou alguns aviões na região.

A Casa Branca afirmou que o presidente Joe Biden conversou com Trudeau na quarta-feira, oferecendo "apoio adicional na resposta aos devastadores e históricos incêndios florestais".

Trudeau escreveu no Twitter que agradeceu a Biden. "Esses incêndios estão afetando rotinas diárias, vidas e meios de subsistência e nossa qualidade do ar". "Continuaremos trabalhando (...) para enfrentar as mudanças climáticas e lidar com seus impactos", acrescentou.

O governo dos EUA pediu aos seus cidadãos de saúde frágil que "tomem precauções" em relação à qualidade do ar. Mais de 100 milhões de habitantes foram afetados na quarta-feira por alertas de qualidade do ar devido aos incêndios no Canadá, disse à AFP a Agência de Proteção Ambiental (EPA).

Esses alertas afetam a maior parte do nordeste dos Estados Unidos, de Chicago, no norte, a Atlanta, no sul.

Mais de 20 mil canadenses resgatados 

Mais de 20 mil canadenses foram resgatados, mais da metade em Quebec, onde o governo se prepara para retirar outros 4 mil.  "Quanto mais o tempo passa, maior o desafio", disse Legault.

Desde o início do ano, foram registrados 438 incêndios nessa província francófona, face a uma média de 200 no mesmo período nos últimos dez anos. O número de hectares queimados nesta época do ano também é excepcional, segundo as autoridades.

Todo o Canadá vive um ano sem precedentes: 2.203 incêndios florestais foram registrados e quase 3,8 milhões de hectares queimados; uma quantidade muito superior à média das últimas décadas.

O Canadá, que devido à sua localização geográfica se aquece mais rapidamente do que o resto do planeta, tem enfrentado nos últimos anos eventos climáticos extremos, cuja intensidade e frequência aumentaram devido às mudanças climáticas. 


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