Furacão Nate avança para os EUA após causar mortes na América Central
Tormenta que deixa cidades como Nova Orleans em alerta já deixou 28 mortos
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O presidente Donald Trump emitiu uma declaração de emergência, que permitirá a liberação de ajuda federal para lidar com o impacto da tormenta. Segundo um relatório divulgado às 12h GMT pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês), o olho do Nate se encontrava 395km a sudeste da foz do rio Mississippi.
Os ventos de até 135km/h o tornam um furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5. Ele se desloca com rapidez, a 35km/h, e deve atingir a costa americana no fim deste sábado. O NHC estima que as inundações causadas pelo furacão possam chegar a 2,7m em algumas áreas, e alertou para a força das ondas.
Nova Orleans decretou toque de recolher a partir das 18h locais, e também foram emitidas ordens de evacuação para algumas áreas. "Nossa pior ameaça não é, necessariamente, a chuva, e sim os fortes ventos e as ondas", assinalou o prefeito Mitch Landrieu.
No México, onde não era esperado um impacto direto da tormenta, e sim que causasse fortes chuvas, o governador de Quintana Roo, Carlos Joaquín, suspendeu as aulas desde esta sexta-feira e pediu que não se baixasse "a guarda". O coordenador da Defesa Civil mexicana, Luis Felipe Puente, recomendou que se evite a realização de "atividades aquáticas, turísticas e recreativas" no estado turístico.
Passagem devastadora pela América Central
Costa Rica, Nicarágua e Hondura, países mais atingidos pelo Nate quando ainda era uma tempestade tropical, começavam a calcular os danos, no momento em que a chuva parecia dar uma trégua. O fenômeno deixou 13 mortos na Nicarágua, 10 na Costa Rica e três em Honduras, segundo autoridades.
Na Costa Rica, equipes de socorro buscavam mais de 30 desaparecidos. El Salvador registrou ontem duas mortes em consequência do Nate: uma pessoa atingida por um deslizamento de terra e outra, arrastada por um rio.
Comunidades da Costa Rica e Nicarágua continuavam isoladas pela destruição de pontes, inundação de estradas,
transbordamento de rios e deslizamentos de terra que destruíram casas e ruas. Em Honduras, a área mais afetada foi o sul do país.
Temporada intensa
O sudeste dos Estados Unidos foi atingido duramente em agosto por dois furacões: o Harvey, que deixou mais de 70 mortos, e o Irma, que atingiu a categoria 5 e provocou 12 mortes na Flórida. Outra tormenta poderosa, o furacão Maria, devastou parte do Caribe no fim de setembro, incluindo Dominica e Porto Rico.
Ao contrário do Harvey, que despejou uma quantidade recorde de chuva sobre o Texas durante uma semana, a passagem do Nate deve ser mais rápida. Mas o governador da Louisiana, John Bel Edwards, advertiu que a mesma também poderá causar danos.
No vizinho Mississipi, formavam-se filas em postos de gasolina de áreas na rota do furacão Nate. Anualmente, de junho a novembro, América Central, Caribe, México e o sudeste dos Estados Unidos enfrentam a temporada de furacões, que, em 2017, vem sendo especialmente intensa.