G7 do Meio Ambiente enfrenta a retirada dos EUA do Acordo de Paris
Ministros se reúnem em busca de propostas norte-americanas sobre o clima após sua saída do pacto
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Após a chanceler alemã Angela Merkel se opor à administração do presidente Donald Trump nas últimas semanas, Hendricks tem a intenção de se reunir em Bolonha com Scott Pruitt, o chefe da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, por sua sigla em inglês). Pruitt foi um dos defensores mais fervorosos da retirada americana do acordo sobre o clima, considerado "ruim" para os Estados Unidos. E, antes de ocupar a pasta, lutou durante anos em
Oklahoma, onde foi procurador-geral do estado, para coibir inúmeras iniciativas ambientais em benefício da indústria do petróleo.
Incerteza
Neste contexto, a postura americana durante a cúpula de Bolonha cria incerteza e deixa em aberto a declaração final tradicional do G7, o grupo de potências econômicas formado por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão. A delegação chefiada por Pruitt poderia se limitar a expressar suas reservas sobre alguns pontos dessa declaração, mas também pode bloquear todo o conteúdo, o que seria inédito na história do G7. Já os outros seis países parecem determinados a defender o Acordo de Paris. "O mundo já está virando as costas para o carbono", declarou o ministro japonês Koichi Yamamoto na abertura da cúpula.
"O Acordo de Paris foi muito importante (...) Foi um bom acordo para cada país e para todo o mundo", afirmou, por sua vez, a ministra canadense Catherine McKenna, que se comprometeu a fazer todo o possível para manter os compromissos do seu país na redução das emissões de gases do efeito estufa. O Canadá pretende trabalhar "com todos os atores a nível subnacional" que querem lutar contra as mudanças climáticas, acrescentou, aludindo às cidades e estados de seu vizinho do sul, que criticaram a decisão de Trump sobre o pacto climático. "Os mercados já reconhecem que existe uma oportunidade econômica que vale dezenas de milhões de dólares. No Canadá, como em todos os países, queremos criar bons empregos, apoiar a classe média, fazer crescer nossas economias, e o crescimento limpo é uma oportunidade real", argumentou McKenna aos seus colegas em Bolonha.