G8 apoia sanções ao Irã, mas elogia esforços do Brasil
Bloco econômico reconheceu o direito do país de desenvolver um programa nuclear civil
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“Reconhecemos o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear civil, mas observamos que este direito vem acompanhado por obrigações internacionais. Estamos profundamente preocupados com o Irã. Não se deve continuar com a falta de transparência sobre suas atividades nucleares, como o anúncio de expandir o enriquecimento de urânio”, diz o comunicado. “Apoiamos firmemente os esforços desenvolvidos neste sentido por parte de China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia.”
Em seguida, o grupo elogia a intermediação do Brasil e da Turquia, em abril, em busca do acordo para a troca de urânio iraniano. Pelo acordo, o Irã enviará 1,2 tonelada de urânio levemente enriquecido para a Turquia. Em troca receberá 120 quilos enriquecidos a 20%. Mas o acordo não foi aceito pela comunidade internacional, que optou pela imposição de sanções. “Saudamos e também elogiamos os esforços diplomáticos nesse sentido, incluindo aqueles feitos recentemente por Brasil e Turquia”.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse hoje que os franceses vão manter as sanções ao Irã, mas defenderão a busca por um acordo, nos moldes do negociado pelo Brasil e pela Turquia, na reunião de cúpula do G20 (que reúne os países mais ricos e também alguns emergentes), em Toronto, no Canadá.
Sarkozy afirmou que há duas instâncias de debates: o Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual a França manterá as restrições, e a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), quando será defendida a busca pelo diálogo.
“A França se comprometeu a aplicar as sanções [impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas] ao mesmo tempo que apoia o diálogo a partir das negociações feitas pelo Brasil e pela Turquia, mas isso deve ser feito na agência internacional de energia atômica”, disse Sarkozy.