Genro de Trump ironiza jogadores da NBA que "se dão ao luxo" de protestar contra racismo

Genro de Trump ironiza jogadores da NBA que "se dão ao luxo" de protestar contra racismo

Manifestantes protestaram contra o racismo e a brutalidade policial no país

AFP

Jared Kushner disse que por questões financeiras parte dos americanos não tem o mesmo privilégio

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Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente dos Estados Unidos, ironizou, nesta quinta-feira, os jogadores de basquete da NBA que "se dão ao luxo" de protestar contra o racismo e a brutalidade policial com um boicote à competição.

"Os jogadores da NBA (...) eles podem se dar ao luxo de tirar, sabe, uma noite de folga do trabalho", disse Kushner em entrevista ao site Politico, sobre a reação dos atletas a um novo caso de aparente brutalidade policial. "Por causa das suas finanças, a maior parte dos americanos não pode se permitir o luxo de fazer isso", acrescentou o conselheiro de Donald Trump.

O histórico boicote aos jogos do torneio da principal liga de basquete profissional dos Estados Unidos, que levou à suspensão de um dia inteiro e colocou em xeque a continuidade dos playoffs, surge a partir do caso de Jacob Blake.

No domingo, o afro-americano de 29 anos foi gravemente ferido por um policial, à queima-roupa e pelas costas, ao entrar em seu veículo, observado por seus três filhos, perto de Milwaukee, no estado de Wisconsin. "Acho bonito que estejam defendendo essa causa, mas gostaria de vê-los agir para encontrar uma solução concreta", alfinetou Kushner.

O caso de Blake reacendeu os protestos nas ruas contra o racismo e a brutalidade policial que se espalharam por cidades dos Estados Unidos após a morte de George Floyd, em maio, um afro-americano que foi sufocado por um policial branco em Minnesota.

Os Milwaukee Bucks foram os primeiros a boicotar o dia ao não aparecer na pista da Disney World, na Flórida, para a quinta partida de sua série de primeira rodada contra os Orlando Magic.

Em uma reação em cadeia, as outras equipes que deveriam jogar na quarta-feira também se levantaram, forçando o adiamento dos jogos entre Houston Rockets e Oklahoma City Thunder, e entre Los Angeles Lakers e Portland Trail Blazers. "Exigimos uma mudança. Estamos fartos disso", escreveu LeBron James no Twitter, logo após a decisão do Bucks.

Quando foi dito a Kushner que James havia iniciado pessoalmente várias iniciativas para tratar do assunto, o conselheiro do presidente respondeu que estava pronto para trabalhar junto com ele. "Se LeBron James entrar em contato com a Casa Branca, e nós entrarmos em contato com ele, ficaremos felizes em falar com ele e dizer: 'Olhe, vamos chegar a um acordo sobre o que queremos alcançar'", disse Kushner.

"Hoje vou contactá-lo", acrescentou. "Acho que o protesto pacífico tem lugar e importância", argumentou Kushner. E ele acrescentou: "Não se melhora, você sabe, a equidade econômica com protestos e queimando lojas".


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