George Weah concede derrota nas eleições presidenciais da Libéria para Boakai

George Weah concede derrota nas eleições presidenciais da Libéria para Boakai

Astro do futebol tentava reeleição após mandato conquistado em 2017

AFP

Weah (E) destacou "vitória da democracia" no país, após vantagem de Boakai (D)

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O presidente em fim de mandato da Libéria e lenda do futebol, George Weah, concedeu nesta sexta-feira sua derrota nas eleições presidenciais. Ele foi superado pelo opositor Joseph Boakai, que liderava a contagem de votos com 50,89%, com quase todas as urnas apuradas. Em um discurso na rádio pública, Weah, eleito em 2017, admitiu que seu partido "CDC perdeu as eleições, mas a Libéria venceu". "É o momento da elegância na derrota", afirmou.

"Os resultados anunciados esta noite, embora não sejam definitivos, indicam que Boakai tem uma vantagem que nós não podemos recuperar. Falei com o presidente eleito Joseph Boakai para parabenizá-lo por sua vitória", disse Weah.

Os resultados publicados nesta sexta pela Comissão Eleitoral, com os votos apurados em mais de 99%, davam a Boakai, de 78 anos, 50,89%, contra 49,11% de Weah. Boakai dispunha de pouco mais de 28.000 votos de vantagem quando haviam sido contabilizados mais de 1,6 milhão de cédulas.

Mais de 2,4 milhões de eleitores estavam aptos a votar nas eleições deste país anglófono da África Ocidental que busca o desenvolvimento e a paz após anos marcados por guerras e epidemias. A Comissão Eleitoral não apresentou dados precisos de participação.

Astro do futebol, Weah defendeu as camisas de grandes clubes europeus como Milan, PSG e Monaco, entre outros. Além disso, foi único jogador africano a ganhar a Bola de Ouro, em 1995. Seu mandato como presidente do país foi muito criticado porque ele mal cumpriu suas promessas, como melhorar as condições de vida dos mais pobres e lutar contra a corrupção.

Boakai, por sua vez, foi vice-presidente de 2006 a 2018 e prometeu restaurar a imagem do país, desenvolver a infraestrutura e melhorar a vida dos pobres. Mais de um quinto da população da Libéria vive com menos de 2,15 dólares por dia (pouco mais de R$ 10), segundo o Banco Mundial.

Estas eleições são as primeiras organizadas sem a presença da missão das Nações Unidas no país, criada em 2003 para garantir a paz depois das guerras civis que deixaram mais de 250 mil mortos entre 1989 e 2003, e cuja memória se mantém viva.


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