Ghislaine Maxwell recorre da condenação por tráfico sexual de menores

Ghislaine Maxwell recorre da condenação por tráfico sexual de menores

Pena de socialite é de 20 anos

AFP

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A socialite britânica Ghislaine Maxwell, de 61 anos, recorreu de sua condenação a 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores em favor do agora falecido investidor americano Jeffrey Epstein - informou a imprensa americana nesta quarta-feira. 

Em dezembro de 2021, Ghislaine foi considerada culpada de ter recrutado e aliciado meninas para que Epstein abusasse sexualmente delas. A sentença de 20 anos de prisão saiu em junho de 2022. Epstein se suicidou na prisão em 2019 antes de ser julgado por crimes sexuais.

Durante o processo de Ghislaine, a acusação conseguiu convencer o tribunal de que a ré havia desempenhado um papel crucial no esquema implementado entre 1994 e 2004 para induzir adolescentes entre 14 e 17 anos a oferecer massagens a Epstein. Nesses encontros, as meninas eram abusadas sexualmente por ele.

A defesa apelou da condenação, argumentando que sua cliente não teve um julgamento justo e foi transformada em bode expiatório da Justiça americana, por não ter conseguido levar Epstein ao banco dos réus, conforme documentos legais apresentados na noite de terça-feira à Corte de Apelações dos EUA no Segundo Circuito, em Manhattan, e divulgados pela imprensa local.

"O governo processou a Sra. Maxwell (...) para resposta à indignação pública sobre um impopular acordo de não julgamento e a morte do responsável pelos crimes", escreveu um deles, Arthur Aidala, em um comunicado citado pela emissora de televisão ABC News.

De acordo com o recurso, Ghislaine Maxwell deveria ter-se beneficiado de um acordo fechado em 2007 entre Epstein e promotores federais da Flórida, que garantia que seus possíveis cúmplices não seriam processados. O texto alega, ainda, que ela foi condenada por fatos que já prescreveram.

Em 2008, Epstein foi considerado culpado, na Flórida, por pagar jovens garotas por massagem. Cumpriu apenas 18 meses de prisão da pena, sob um acordo judicial secreto. Os advogados também criticam o "zelo" das autoridades em responsabilizar Maxwell pelos crimes de Epstein e afirmam que, em abril de 2022, um pedido de novo julgamento foi rejeitado pela suposta parcialidade de um dos membros do júri.

A filha do magnata de mídia Robert Maxwell teve um relacionamento com Jeffrey Epstein no início dos anos 1990 e, mais tarde, tornou-se sua colaboradora profissional e cúmplice de seus crimes sexuais por quase 30 anos. Também neste caso de ramificações internacionais, o príncipe britânico Andrew, amigo de Maxwell e Epstein, fechou um acordo financeiro em fevereiro de 2022 com a americana Virginia Giuffre. Ela teria sido uma vítima do casal e acusou o príncipe de abuso sexual, em 2001, quando era menor de idade. 


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