Golpe é contra a história do Paraguai, diz Fernando Lugo
Ex-presidente aceita impeachment e afirma sair "pela porta do coração" do povo
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"A democracia foi ferida profundamente. Todos os principios foram feridos de maneira covarde e desonrosa", acrescentou o ex-presidente. "Que seus executores estejam cientes da gravidade dos seus feitos", enfatizou Lugo.
Ele pediu liberdade para todos os paraguaios que quiserem se manifestar sobre decisão do parlamento. Apesar das duras palavras contra os 39 senadores que votaram por seu impeachment, ele pediu que as ações sejam pacíficas. "Faço um profundo chamado para que qualquer protesto seja feito de forma pacífica. Que o sangue dos justos nunca mais seja derramado por interesses mesquinhos no nosso país", frisou.
Apesar de contar com o apoio dos presidentes da América Latina, Lugo reconheceu a falta de força dentro do país para resistir à destituição. "Como sempre atuei pela lei, ainda que ela tenha sido torcida, sou um galho fraco ao vento para a decisão do Congresso", ponderou. "Mas estou sempre disposto a responder por meus atos como ex-mandatário nacional", relatou Lugo.
"Hoje me despeço da presidência, mas não como cidadão paraguaio. Irei servir a esta nação onde ela me necessitar, como já havia jurado", projetou. "Fernando Lugo não responde a claques políticas, nem à máfia nem ao narcotráfico. Seguirá respondendo ontem, agora e sempre ao chamado dos compatriotas", prometeu o ex-presidente.
Por fim, Lugo fez questão de reforçar que não desaparece pela porta dos fundos do palácio governamental. "Esta noite saio pela porta mais grande da pátria. Pela porta do coração dos meus compatriotas", sublinhou. "Muita força, muita força e muita força. Viva o Paraguai."