Governo de Javier Milei intervém na gestão da mídia pública da Argentina

Governo de Javier Milei intervém na gestão da mídia pública da Argentina

Decreto inclui rádio, emissora de TV, agência de notícias e portal educativo

AFP

Presidente da Argentina, Javier Milei, tenta implementar agenda reformista

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O governo do presidente argentino, o ultraliberal Javier Milei, concretizou nesta segunda-feira a intervenção por decreto dos meios de comunicação estatais, a fim de modificar sua “estrutura orgânica e funcional”, segundo o texto publicado em Diário Oficial. A medida, com validade de pelo menos um ano, inclui a rádio e a televisão pública, a agência de notícias Télam, o portal educacional Educ.ar, o polo de produção audiovisual e o banco audiovisual Bacua.

De acordo com o decreto, a intervenção tem o objetivo de colocar em andamento um “plano de reformulação, readequação e ação”, que será submetido à aprovação do Poder Executivo. Em um decreto anterior, publicado na sexta-feira, Milei dava à chefia de seu Gabinete de Ministros o controle dos meios públicos para “intervir na definição da estratégia de comunicação e de conteúdos realizada por canais e plataformas de comunicação”.

A medida desta segunda, que dá um passo à frente nesse sentido, é possível sob a “emergência pública em matéria econômica, financeira, fiscal, administrativa, previdenciária, tarifária, sanitária e social” declarada pelo governo, em vigor desde 20 de dezembro do ano passado até 31 de dezembro de 2025. O Executivo designou, pelo prazo de um ano renovável por mais um período, como interventor o advogado Diego Martín Chaher, ex-diretor do grupo de mídia América, e como adjunto o ex-legislador Diego Sebastián Marías.

Os dois terão, segundo o decreto, amplos poderes para 'avaliar e modificar o regime de administração de fundos, ampliando ou reduzindo as rubricas orçamentárias e/ou aprovar um novo'. Também poderão contratar obras, bens e serviços, assim como designar ou remover pessoal.De acordo com o porta-voz presidencial Manuel Adorni na sexta-feira, ainda não está definido se o governo avançará ou não na privatização dos meios de comunicação.Com relação aos funcionários dessas empresas estatais, Adorni afirmou que "todos que trabalham de boa fé e agregam valor não têm com o que se preocupar”.


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