Governo de Maduro diz ter alcançado "acordos parciais" com oposição venezuelana

Governo de Maduro diz ter alcançado "acordos parciais" com oposição venezuelana

Segunda sessão de negociações contou com delegados de ambas as partes, de acordo com uma publicação da chancelaria da Noruega

AFP

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O governo e a oposição da Venezuela concluíram neste sábado (4), no México, o segundo dia de uma nova rodada de negociações com "acordos parciais", em uma mesa em que os governistas buscam o levantamento das sanções econômicas e os opositores, eleições livres com garantias.

“Estamos trabalhando principalmente em acordos parciais, sobretudo a serviço do povo venezuelano”, disse à imprensa Jorge Rodríguez, homem de confiança do presidente Nicolás Maduro, em frente ao local da reunião na Cidade do México.

Ele destacou que o governo que representa está "muito atento" a todas as garantias econômicas que foram "cortadas, bloqueadas, roubadas, subtraídas do povo da Venezuela", referindo-se às sanções lideradas pelos Estados Unidos.

O teor destes acordos parciais entre as duas delegações ainda não foi divulgado. "Nada foi acordado até agora", disse uma fonte da oposição à AFP, por outro lado. Mais cedo, o bloco opositor disse que esperava "acordos imediatos" com representantes do governo de Maduro, segundo seu principal negociador, Gerardo Blyde.

“Esses primeiros acordos buscarão amenizar a crise, mas a crise tem problemas subjacentes muito sérios, de um modelo que falhou na Venezuela e um modelo que não reconhece a ordem democrática e a ordem constitucional”, afirmou Blyde aos jornalistas no início do dia.

A segunda sessão de negociações contou com delegados de ambas as partes, de acordo com uma publicação da chancelaria da Noruega no Twitter. O país europeu atua como um facilitador nas conversas entre o governo de Maduro e a oposição, assim como já fez anteriormente nas tentativas fracassadas em Barbados, em 2019, e na República Dominicana, em 2018. 

Vecchio de fora 

Blyde estava acompanhado por Freddy Guevara, dirigente muito próximo do líder Juan Guaidó, como o integrante da delegação opositora que substitui Carlos Vecchio, segundo imagens veiculadas na televisão.  O bloco governista condicionou a continuidade do processo de negociação à retirada de Vecchio do grupo, segundo o próprio político. “O regime de Maduro se recusa a sentar-se no México se eu permanecer na delegação da Plataforma Democrática Unitaria”, escreveu ele em mensagem postada no Instagram.

O governo e a oposição da Venezuela lançaram uma nova rodada de negociações no México na sexta-feira, cujo objetivo mais próximo é estabelecer um cronograma e garantias para a participação dos partidos contrários a Maduro nas eleições regionais de novembro.

Eleições livres e justas

Depois de confirmar esta semana que disputará as eleições para prefeitos e governadores em 21 de novembro, a oposição rompe com três anos de boicote eleitoral e reafirma os acordos firmados em 13 de agosto em um memorando de entendimento durante a primeira rodada de diálogos. “Estamos no México em busca de um Acordo de Salvação Nacional para enfrentar a emergência, conseguir condições para eleições livres e justas e o resgate de nossa democracia”, escreveu o líder da oposição Juan Guaidó no Twitter.

No memorando comum foram levantados sete pontos de discussão, entre os quais se destacam os direitos políticos, as garantias eleitorais e um calendário para eleições observáveis. Também estão inclusos aspectos como um possível levantamento de sanções, a convivência política e social e mecanismos de monitoramento e verificação de acordos. O fim das sanções econômicas internacionais, que cortaram os canais de financiamento do governo, é um dos principais pedidos do Chavismo.


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